27 dezembro 2008

MINHA FAZENDA








A minha fazenda mede aproximadamente 150 metros quadrados!!!!

Nas fotos vemos na folha da abobreira 3 "monstros" coloridos que medem cada um 4mm. A flor macho da abóbora. A Pinha. As laranjas. Tem ainda um pé de jabuticaba produzindo, um pé de maçã, dois pés de tanjerina, três pés de goiaba produzindo e três pés de mamão produzindo, além de várias roseiras. Gosto da minha fazendinha.

26 dezembro 2008

FIM DE UM MISTÉRIO









Antes de falar sobre estas fotos quero fazer um pequeno e rápido comentário introdutório. Fui no Teatro Municipal de Araraquara assistir a última apresentação do ano da Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira. Esta escola nasceu de um sonho da bailarinha Gilsamara Moura(ops, agora é Dra. pela PUC-SP). Foi uma luta. Precisou aprovar uma lei na Câmara Municipal. O projeto visava dar prioridade às crianças que não tivessem condições de pagar uma escola regular. E o projeto não era só para dança, era também para estudar Cidadania, Filosofia, Dança Contemporânea, Ballet, Arte em geral como pintura, escultura, artes marciais, etc, enfim, uma escola completa, e tudo com apenas duas horas diárias. O sucesso foi imenso, reconhecido em toda a cidade. Em todas as apresentações dos alunos (e eu não perdi nenhuma) eu choro de emoção. Tá certo que as vezes ficava encabulado sem saber o que me levava às lágrimas. Neste final de ano, depois de assistir a última apresentação e depois a formatura entendi do por quê do meu choro. É o meu subconsciente de um menino ferrado na vida que só conseguia as coisa com dor, sofrimento, muito trabalho e humilhação. Agora vejo crianças e adolescentes que poderiam ser eu, soltando o corpo num palco que antes só era usado pelos globais e os burguesinhos da cidade que têm condições de pagar até 100 reais para assistir um espetáculo qualquer. Esses adolescentes no palco já é motivo de emoção. Quando soltam o corpo, cantam, dançam, mostram vida, ninguém segura a emoção. Na formatura, foi demais. A Kelly começou a chorar no seu discurso e levou com ela toda a platéia, principalmente seus amiguinhos e amiguinhas que estão no último ano, vejam que foto emocionante, todos aplaudindo e chorando. A Gerente da Escola, Dra. Gilsamara Moura, se derramou em lágrimas, mal conseguiu ler o discurso (aliás, a Gilsa é pura emoção com relação a esses alunos e alunas). Com a mudança de governo municipal não se sabe o que vai acontecer com a Escola. Estou cético. Políticos são idiotas, malditos, ignorantes. Wilhelm Reich dizia que eles fedem, tem couraça, pele engordurada, uh, que nojo. Gostam do poder, não importa se para isso tenham que vender a mãe. Espero que aqueles que me visitam gostem. Com um clique sobre as fotos ela se ampliará e ficará bem melhor.

25 dezembro 2008

É UMA QUESTÃO DE OPORTUNIDADE


A foto é da terceira tomada de uma cena. Muito complicada. Ia indo tudo muito bem nesta terceira tomada, e quase no final estava ótima. Na última fala da Liliana ela caminha até a câmera e, puft, acende um flash de máquina fotográfica e estraga tudo. TODOS olham para a direção da fotógrafa com aquele olhar fulminante. Era a Patty que percebendo a gafe encolhe os ombros e diz: Desculpe.
A Liliana chegou no set de filmagem no horário combinado, às 8:30hs. Ela pensava: Bom, são 20 cenas, então como são 8:30 hs vou-me embora no máximo às 11:00 hs. Saiu do set às 17:00 hs, cansadíssima, tadinha.

Eis aí o roteiro completo, inclusive com as cenas.

É SÓ UMA QUESTÃO DE OPORTUNIDADE


CENA 1 - Externa - Dia - Manhã
Imagem da entrada da Escola Iracema Nogueira. Letreiros. Fachada.

CENA 2 - Interna - Dia - Manhã
Imagens da Escola Iracema Nogueira. Intervenções artísticas dos alunos e alunas. Quadros. Fotografias.

CENA 3 - Na sequência todas as cenas serão INTERNAS - DIA - MANHÃ e TARDE
Imagem de uma porta de um salão. Depois de alguns segundos entra uma menina com uma mochila nas costas. Calça sandália de dedos, usa saia rodada, camiseta “colan”. Ela caminha até próximo à câmera. Senta-se no chão. Calmamente retira da mochila um par de meias e começa a calcá-lo. Câmera em close no gesto de calcar a meia e depois a sapatilha. Câmera sobe lentamente até o rosto dela. Ela olha muito calma e meiga para a câmera e diz:

Eu vou contar uma história

CENA 4
Dito isto ela abaixa a cabeça e continua no ato de calçar a outra meia. Assim que acaba a cena se repete. Close no rosto e ela calmamente diz:

Certa vez, um grupo de marginais seqüestrou um homem e o levou para uma favela

CENA 5
Ela levanta-se. Faz o primeiro movimento de dança.
Câmera numa distância que aparece ela de corpo inteiro se levantando e fazendo o primeiro gesto. Câmera aproxima-se em close americano e de lado ela diz:

Mataram o homem (séria, triste)

CENA 6
Ela continua dançando em gestos lentos. A câmera começa a movimentar de lado para a frente dela no traveling. Ela fixa a câmera e diz:

Certo dia filha do homem assassinado foi visitar a favela aonde morreu seu pai

CENA 7
A menina continua dançando em gestos lentos. Abaixa o tronco em direção ao solo. Câmera no chão. Ela abaixa e entra o rosto no quadro. Ela diz:

A moça resolver abrir uma escola no local para ensinar jovens

CENA 8
Ela apressa na dança. Ganha ritmo mais rápido e compassado. Volta aonde está a câmera. Olha para a lente e diz:

Depois de alguns anos, a moça estava na entrada da escola quando chegaram duas meninas.

CENA 9
Vira para o lado em mais um gesto, desta vez mais lento. Close americano. Olha em direção à câmera e diz:

Uma das meninas era aluna, a outra não. A moça convidou a menina que não era aluna para entrar, mas ela ...

CENA 10
Ela olha para o lado oposto em close americano e diz:

....... recusou.

CENA 11
Ela abaixa de frente para a câmera em plano geral e diz:

A moça quis saber porque

CENA 12
Câmera em traveling vindo pelo lado e quando fica ao lado, a menina não vira-se, fica de perfil e diz:

Eu quero ser puta, respondeu a menina

CENA 13
A câmera volta no treveling até ficar em frente da menina. Close no rosto, cara de espanto. Ela diz:

PUTA ????!!! como puta ?!!!!

CENA 14
Música lenta, gestos moles, tristes. Plano geral. Câmera nas costas da menina em plano americano.

Ela fala alto:

É. Eu quero ser puta e ganhar dinheiro, respondeu.

CENA 15
Ela abaixa os braços, olha de lado para a câmera que está em close no rosto e diz:

Menina, deixe de ser boba, prostituta aqui na favela não ganha dinheiro !!

CENA 16
Começa a afastar-se da câmera que a acompanha. Ela vai gesticulando e dizendo:

Você deveria estudar aqui, aprender falar bem e depois ir para uma cidade grande aonde só tem ricos.

CENA 17
Câmera em close no rosto e ela diz:

Brasília, por exemplo só tem ricos.

CENA 18
Plano geral, ela vem de encontro com a câmera. Pára em close americano e diz com um sorrizinho discreto mas muito feliz:

A menina aceitou entrar para a escola

CENA 19
Som alto, música alegre. Dança a passos largos. É sinal de muita alegria. Ela sorri (todo o tempo de dança, música e alegria significa o tempo de estudo da menina)

A menina dançarina vai dançando até o local onde começou. Senta-se da mesma maneira. Mesmas cenas. Tirando as meias e guardando na mochila. Ela pega a mochila e diz em close até os ombros:

Depois de alguns anos essa menina está cursando o doutorado em Odontologia.

CENA 20
Levanta-se, coloca a mochila nas costas, olha para a câmera e diz com uma carinha feliz e marota:

É SÓ UMA QUESTÃO DE OPORTUNIDADE

25 novembro 2008

TRÊS IMAGENS DA MINHA MENTE

PRIMEIRA
Desastre em algum lugar que não me lembro. Os Bombeiros estão tentando salvar as pessoas atingidas. Ouvem choro de criança. A multidão faz silêncio. Novo choro e começa a busca. Depois de horas uma criança é içada do meio dos escombros. O Bombeiro que a traz nos braços chora de emoção. Ergue a criança, que ainda chora, e todos os presentes se derramam em lágrimas.
SEGUNDA
Recife, Pernambuco. Um avião cai na periferia da cidade. Bairro pobre. O corpo do avião está quase intacto. Lá dentro se debatem os passageiros. Uma multidão de pobres ferrados na vida com paus, ferro e pedras tentam quebrar as vidraças para salvar os passageiros. E conseguem. Um deles, de chinelos velhos de borracha aos pés sorri feliz, mostrando os dentes falhos. Ainda estava com um pedaço de pau na mão que ajudou a retirar uma vítima. Era um cidadão anônimo, agora e um herói anônimo.
TERCEIRA
Segunda-feira dia 24/11/2008. Vale do Itajaí, Santa Catarina. Uma Van cai num buraco que está se enchendo de água rapidamente. Lá dentro o motorista está preso. Um taxista sai do seu carro e corre na água lamacenta em direção a Van. Leva um pedaço de cinto de segurança para tentar puxar o outro motorista. Não deu. Vem um outro homem. Apavorados e sem poder perder tempo, o outro homem tira suas calças e lança para o motorista da Van. Ele é salvo. O orgulho e a felicidade não cabiam no rosto do motorista de taxi que contava a história.
COMENTÁRIO DESNECESSÁRIO: A VIDA É BELA, VIVER É LINDO O SER HUMANO PODERIA SEGUIR ESTES EXEMPLOS E SER MAIS HUMANO.

UMA BAGUNÇA DELICIOSA


No caos do pequeno cômodo, onde repousa uma estante de ferro que guarnece mais de 400 DVD´s e, ainda, nesse minúsculo espaço sobre as cadeiras em desordem estão os seguintes livros aguardando para serem lidos:
ÉTICA, de SPINOZA, conhecido pelos judeus por BARUCH DE SPINOZA, pelos europeus por BENEDICTUS DE SPINOZA e na língua portuguesa por BENEDITO DE SPINOZA, era holandês/judeu, foi amaldiçoado pelos judeus com as seguintes palavras: "Com sentença dos Anjos e dos Santos, com o consentimento de toda esta Congregação, diante desses santos Livros, nós heremizamos, expulsamos, amaldiçoamos e exconjuramos Baruch de Spinoza, com os seiscentos e treze preceitos que estão escritos neles, com o Herem (anátema) com que Josué excomungou Jericó, com a maldição com que Elias amaldiçoou os moços, e com todas as maldições que estão escritas na Lei. Maldito seja de dia e maldito seja de noite, maldito seja em seu deitar, maldito seja em seu levantar, maldito seja em seu sair, e maldito seja ele em seu entrar (....)". Spinoza contava nessa época em 27/julho/1656, com 23 anos. Morreu aos 45 anos de idade. Foi um gênio precoce da filosofia.(Autêntica Editora, 2007). Este livro é para aprender raciocinar e refletir muito.
SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA, coletânea de artigos organizada por Antonio Candido.(Editora Fundação Perseu Abramo, 1998)
ANTONIO CANDIDO, coletânea de artigos organizada por Flávio Aguiar.(Idem, 1999)
EDUCAÇÃO E MUDANÇA (releitura), de PAULO FREIRE, um dos maiores pedagogos do mundo. Estudado em mais de 50 países e ainda pouco conhecido no Brasil.(Paz e Terra, 10ª ed., 1985)
TEATRO DO OPRIMIDO e outras poéticas políticas, de AUGUSTO BOAL.(Civilização Brasileira, 2005)
EM BUSCA DE UM TEATRO POPULAR, de César Vieira. (Depto. Gráfico do Grupo Educacional Equipe, sd)

Em leituras simultâneas estão:

A DIVINA COMÉDIA, de DANTE ALIGHIERI (releitura). Eu e Dante, protegidos por Virgilio, já estamos na sexta vala do oitavo Círculo, onde se acham os hipócritas. (Editora Nova Cultural, 2002)
ENSAIOS SOBRE O MEDO, coletânea de artigos sobre o medo escrito por estudiosos de várias áreas científicas, como filósofos, antropólogos, psicanalistas, etc. (Editora SENAC, São Paulo, 2007), organizado por Adauto Novaes. Livro recomendado para as pessoas que querem ficar ainda mais inteligentes.
O PAÍS DOS PETRALHAS, que me recuso informar editora e autor, porque o livro é uma porcaria, muito mal escrito, cheio de rancores e idiotices. Então porque está lendo?, perguntam vocês. Simples, mania de ficar seguindo conselhos. O grande e saudoso jusfilósofo, ROBERTO LYRA FILHO, aconselhava as pessoas a lerem tudo, depois guardava o que servia e vomitava o imprestável. Esse livro já vomitei a parte que li e me parece que o resto também vai para a latrina.

04 novembro 2008

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA - O FILME

No Espaço HSBC de cinema em Sampa estava exibindo o último filme do Fernando Meirelles, baseado na novela do escritor português José Saramago. Fui ver. Conhecendo as idéias políticas e ideológicas de José Saramago foi fácil entender o que ele procurou transmitir, pelo menos no filme, porque o livro ainda não li. Um homem fica cego, logo um outro também e assim sucessivamente todos vão ficando cegos. É a sociedade moderna que já não enxerga mais. Todos os cegos vão para um lugar comum e se organizam. Ala 1, 2 e 3. Logo o líder da ala 3 TEM O PODER, ou seja, um revólver. Com o PODER ele começa a racionar a alimentação. Não fica satisfeito, agora quer extorquir. Cobra tudo que fornecer. Quando acaba o dinheiro ele quer mais (lembre-se que o Poder é insaciável). Passa a exigir as presenças das mulheres. Usam e abusam. As ruas estão um caos. Ninguém vê, afinal são cegos. Para assistir a este filme a pessoa deve gostar de cinema e Saramago senão sairá da sala nos primeiros 20 minutos. Depois desse tempo o filme ganha ritmo e fica melhor.

CAMINHOS POR ONDE ANDEI



Bustos enormes feitos com chapa de ferro, colocados no meio de uma praça no Município de Praia Grande. Não localizei o nome do artista. Algumas placas com os nomes das pessoas homenageadas foram arrancadas.

A bandeira vermelha advertia que a praia estava imprópria. Na verdade eu enxergo que nas entrelinhas está escrito que “Eu, CETESB (Companhia Estadual de Tratamento de Esgoto e Saneamento Básico), que represento o Estado e que deveria cuidar do saneamento básico com o dinheiro que os contribuintes pagam seus impostos, não faço, portanto, não usem a praia que eu deveria limpar, porque ela está contaminada”. Mesmo assim, tinha muita gente dentro d`agua.

O amanhecer na Praia Caiçara, Município de Praia Grande às 6:20.

31 outubro 2008

DIRETO DA PRAIA GRANDE

Chovia e ventava nesta tarde de quinta-feira na Praia Grande. Deu vontade de ir ao cinema. Cinema nos dias atuais, como todos sabem só em shopping. Mesmo sabendo que pode acontecer de tudo num cinema de shopping lá vou eu. Chego 10 minutos atrasado para a sessão. Lá dentro parecia um parque de diversões. A criançada, talvez estimuladas pela professora foram assistir ÚLTIMA PARADA: 174. Foram mais de 20 minutos de comerciais e trailler e a criançada gritando tão alto que me irritava e não aparecida uma alma bondosa para acalmar as ferinhas. Durante o filme eles repetiam aos gritos os palavrões do filme. Não entendi direito, o filme era para maiores de 16 anos (deveria ser para maiores de 18 anos, pela violência e cenas de sexo), mas eles, com menos de 14 anos, estavam lá, na maior bagunça. O Bruno Barreto fez o caminho inverso de Padilha no ÔNIBUS 174. Padilha contou no seu documentário a partir do instante do sequestro no ônibus e o Barreto fez seu filme a partir do início da história, desde o nascimento do Sandro, o sequestrador. Não queria mais assistir filmes com estas histórias de violência e miséria, embora não queira me alienar. De qualquer forma o filme é bem feito, boa direção e fotografia. Vai ficar estranho (imagino) para quem não assistiu o filme do Padilha, entender quem é Sandro e os demais personagens. Aliás, se não assitiram Ônibus 174, assista, é muito forte emocionalmente e bom. Postado por Rubens direto de Praia Grande City.

19 outubro 2008

O ONTEM E O HOJE





Fotos do mesmo lugar separados por muitas décadas. É o tempo avançando implacavelmente, portanto aproveite a vida porque o tempo não vai te esperar.

15 outubro 2008

DEVANEIO EM DIA DE CALOR

O calor estava insuportável. O cerebro parecia recusar-se a pensar. Pegou o fone de ouvido, colocou-o. Ligou o computador, escolheu um CD qualquer no meio de um amontoado deles. Sem ver o autor, inseriu na gaveta do CD player. O volume estava alto, mas ficou assim. Navegava sem interesse por vários sites na internet. Percebeu uma música conhecida que o fez prestar atenção por um instante. Era Asa Branca. Quem estava cantando não era o conhecido Luiz Gonzaga. Voltou sua atenção para a internet. Ali pelas tantas começou ouvir um acorde conhecido que o fez arrepiar de emoção e lembranças. Seu pensamento, ora sossegado e desinteressado, transportou-o para o longíquos anos da Ditadura Militar. Confusão na praça, a polícia chutando pessoas e passando com os cavalos sobre os estudantes. O hino era "Para não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré, que agora tocava alto nos fones de ouvidos. Tinha 20 anos, estudava na quinta série, junto com 40 pirralhos de 12 a 13 anos. Apanhou da polícia num dia e foi obrigado a desfilar no 7 de setembro no outro dia. Maldito dia. O Tenente não o viu cantando o hino nacional. Veio até ele babando como um cão feroz "porque não está cantando?" latiu, melhor, gritou. Porque não sei, foi a resposta. Ele ficou tão desconcertado, deu um giro no corpo e com a mão direita empurrou o rapaz que o obrigou a dar um passo para traz. O militar afastou-se nervoso. No próximo dia de aula a diretora pediu para todos os alunos saírem da sala, menos o jovem que não soube cantar o hino. A diretora chamou a professora de música e determinou que ela ensaiasse esse impatriota a cantar o sagrado Hino Nacional. Ela levantava a mão com as notas musicais e o rapaz ficava mudo. Foi assim por muito tempo, até que a professora desistiu e saiu da sala. O ambiente ficou estranho, todos nervosos. Havia um contágio perigoso num jovem de 20 anos que não sabia cantar o Hino Nacional. Todos os dias o boato era de que seria expulso da escola. Chegou as provas finais, ele fechou todas as matérias. Como não faltava, pode se dar ao luxo de não mais aparecer naquele lugar lúgrebe, até o dia que transferiu-se para um colégio particular, custeado por amigos. A música acabou, silêncio nos ouvidos e no cérebro. Hoje o país é muito diferente. Um operário é o presidente e nas escolas canta o Hino Nacional quem realmente quer e ama seu país não porque tem na sua frente um militar babando de raiva.

UM PAÍS POSSÍVEL


Aluna da Escola Municipal de Dança ajudando a coleguinha a maquiar-se. Este é um projeto que deu certo. É emocionante ver crianças e os adolescentes se apresentando no palco do Teatro Municipal. O ruim disso é que há somente uma escola municipal com esta proposta. São 400 alunos(as). É muito pouco perto dos mais de 10.000 existentes na cidade. Uma escola dessa para todos só não existe porque falta vontade política e não dinheiro. Quem sabe um dia (bendita esperança!)

08 outubro 2008

ACHEI NO MEU BAÚ

Fuçando no meu computador, mais específicamente num arquivo compactado e escondido nalgum lugar, achei este texto que fiz quando da minha visita a Cuba. Ei-lo, um pouco longo para um blog, mas se tiverem paciência leiam.

CUBA QUE EU VI

Eram 6:30 horas quando o velho Ilyushin tocou no solo cubano, sob os aplausos dos mais de 150 passageiros. Não entendi se os apupos foram motivados pelo fato de estarmos no chão ou se foi pela perfeição da manobra do comandante da aeronave, que proporcionou um pouso muito suave. O aeroporto José Martí é moderno, embora pequeno. Extremamente limpo, com uma ampla área de free-shop, onde se compra muitos produtos. Fui para a fila da alfândega. Confesso que estava apreensivo, porque na minha cabeça bombardeada com besteiras via imprensa brasileira, imaginava um batalhão de policiais a espera dos turistas dentro de uma pequena sala, bombardeando-os com perguntas do tipo, que veio fazer em Cuba ? Qual a sua ideologia política? Aguardo a minha vez de passar pelo guichê, onde se encontra o homem negro. Ao ser chamado, entrego a ele meu passaporte e a reserva do hotel, ao mesmo tempo que retribuo o cumprimento de “buenos dias”. Conferiu os documentos, digitou alguma coisa no computador e devolveu-me os papéis desejando uma boa estada em Cuba, com um largo sorriso. Só isso ?, pensei. Atravesso por uma porta e estou definitivamente em Cuba para matar minha curiosidade e descansar. A viagem para Varadero foi cheia de novidades. A rodovia estava movimentada às 7:20 horas. Muita gente aguardando carona ou o ônibus. Chegamos em Varadero às 9:30 horas. Ela, uma cidade balneária, fica numa faixa de terra que avança mar adentro. Tem uma população estimada em 25.000 habitantes, que vivem basicamente do turismo. Fico sabendo que já faz dois anos que não tem uma única ocorrência policial. Os hotéis, quase todos de uma rede canadense, são ótimos. Conversei com vários cubanos nas ruas de Varadero. Um deles em especial disse-me horrores de Cuba. O motivo de toda sua raiva estava na quantidade oficial de comida que pode ser adquirida. Queixou-se da falta de liberdade de expressão. Perguntou-me se tinha ido ou se iria à Havana. Com minha confirmação, acrescentou que “ainda bem, porque quem veio a Varadero não conhece Cuba”. Por fim, ofereceu-me um elixir de sua fabricação, que serviria como tônico afrodisíaco. Recusei gentilmente, embora preocupado, porque eu devia estar com cara de broxa. Após quatro dias em Varadero, desembarco finalmente em Havana. Logo na entrada leio num cartaz enorme que dizia existirem 200 milhões de crianças vivendo nas ruas do mundo, NENHUMA É CUBANA. Havana é uma cidade velha, com prédios da época colonial. O centro da cidade é conhecido pelos cubanos como Havana Velha. Lugar histórico, lindo de se ver e visitar. Tem alguma semelhança com o Pelourinho, em Salvador, Bahia, inclusive o povo, na maioria negros, descendentes de escravos africanos. Fiquei atento e percebi que o povo é pobre, no entanto nas ruas não há mendigos nem crianças abandonadas. O cartaz falava a verdade, e olhe que percorri Havana em quase toda a sua extensão num carro alugado de origem Coreana. Os cubanos possuem alguns orgulhos que não se cansam de elogiar. Seus ídolos pela ordem José Martí, que morreu lutando pela libertação de Cuba dos Espanhóis, Ernesto “Che” Guevara, Fidel Castro e o cantor Pablo Milanês. Os produtos dos quais se orgulham são os charutos, o rum (uma delícia) e a lagosta (ótima). Para mim sempre achei que os Cubanos deveriam orgulharem-se de si mesmos. É um povo valente. Vive numa pequena ilhota e, no entanto, até hoje não caíram nos encantos nefastos do grande cassino que se transformou o mundo, onde os donos da roleta são os americanos. Volto a nossa realidade e desembarco no Brasil, fugindo de mendigos, enchentes, assaltantes e convivendo com o cheiro de miséria no ar, sem falar de alguns políticos que me dão náuseas, começando pelo maior deles, o Presidente da República, o FHC, que me provoca azia só de ouvi-lo falar.

Rubens Miranda
fev/1999

05 outubro 2008

FICOU ASSIM


O portão da escola ficou assim, todo sujo com os "santinhos" dos candidatos. É o mais explícito desespero. Como acompanhei de perto a campanha, notei que no chão a quase totalidade dos papéis atirados ao chão era de candidatos (as) que não tem a menor chance de vencer. Esses candidatos vivem uma ilusão incompreensível. Se julgam capazes para se candidatar porque são ligados a igreja, comunidade do bairro, pastores (nesta eleição bateram o recorde)etc. Muitos com quem conversei sequer sabiam o que é Lei Orgânica ou Regimento Interno da Câmara. Repito o que disse antes, ainda é o melhor sistema de manter a democracia e a ordem, não há outro sistema, pelo menos por enquanto.

04 outubro 2008

A DEMOCRACIA


Fim da campanha eleitoral de 2008. A expressão de cansaço no rosto depois de alguns comícios no mesmo dia. Muitos discursos, apertos de mão, caminhadas e muita conversa. A democracia pode ter seus defeitos, mas ainda é o melhor caminho para a convivência social. Nenhum político assume suas funções numa Câmara Municipal ou num cargo Executivo sem que passe pelo crivo do voto popular. Na segunda-feira, dia 6 de outubro muitos partidários estarão felizes e outros tristes, mas a vida vai continuar com os seus acertos e erros. Na foto a candidata a Prefeita Edna Martins pelo PT de Araraquara.

28 setembro 2008

A DEFUNTA - UM NOVO CURTA-METRAGEM

Começaremos filmar na 2ª quinzena de outubro mais um novo curta. Será muito divertido como os outros. A história é do Binho Jr. Veja como ficou o roteiro:

A DEFUNTA

CENA 1

Corredor com coroas de flores. À frente uma mesa e dois homens vestindo terno e gravata. Eles estão cabixbaixos, movimentando-se de um lado para o outro. Ao fundo do corredor aparece uma moça trajando tailleur azul. Ela caminha em direção à mesa e aos homens. Está com um caderno de anotações na mão. Ela pára em frente à mesa e aos homens.

CENA 2

M0ÇA

Devo maquiá-la ?

PERSONAGEM 1

Maquiá-la quem ?

MOÇA

A defunta senhor.

PERSONAGEM 1

Maquiar!? Você não vai deixá-la fazer isto, né ?

PERSONAGEM 2

Não sei, eu gostava de quando ela se maquiava. Tão lindinha.

PERSONAGEM 1

Pare de bobagem homem, ela só fazia isso porque você insistia. Pobre coitadinha.

PERSONAGEM 2

Ai que saudades.

M0ÇA

Devo maquiá-la, portanto ?

PERSONAGEM 1

Sim! Mas não exagere.

M0ÇA

Mais uma pergunta. O vestido que vocês trouxeram é bastante decotado, penso que, por pressa talvez tenham pego a vestimenta errada.

PERSONAGEM 2

Odeio gente metida a besta ....

PERSONAGEM 1

Calma meu amor, ela só está fazendo o trabalho que lhe cabe.

PERSONAGEM 2

Não erramos querida. O vestido é decotado mesmo. Ela tinha .... melhor, tem um corpo lindo.

PERSONAGEM 1

Não me lembre. Que tristeza.

M0ÇA

Com licença.

CENA 3

A moça se afasta virando o corredor. Os dois personagens ficam andando de um lado para o outro. Assim que a moça vira o corredor, o diálogo entre os personagens continua.

PERSONAGEM 2

O que vamos fazer agora?

PERSONAGEM 1

Como assim ?

PERSONAGEM 2

Você sabe.

PERSONAGEM 1

Não ! Nao sei. Por Deus ! Ela mal esfriou.

PERSONAGEM 2

Ora, vamos, não me trate assim. Não me entenda mal. Parece que não me conhece. A dor é tanta. Ninguém poderia substituí-la.

PERSONAGEM 1

Era uma santinha.

PERSONAGEM 2

Era sim.

PERSONAGEM 1

Oh ....

PERSONAGEM 2

Não chore.

PERSONAGEM 2

Você lembrou de lhes pedir para que pintassem as unhas dela de vermelho ?

PERSONAGEM 1

Amor, aceitei a maquiagem e também o vestido decotado. Unhas vermelhas não. Isto continua sendo um velório.

PERSONAGEM 2

Mas de unhas vermelhas ela gostava.

PERSONAGEM 1

Ela sempre fazia as suas vontades.

PERSONAGEM 2

Acho que você a amava mais do que ama a mim.

PERSONAGEM 1

Não é verdade.

PERSONAGEM 2

Não ?

PERSONAGEM 1

Não !

PERSONAGEM 2

Lembra do dia que a conhecemos ?

PERSONAGEM 1

Estava um dia tão bonito.

PERSONAGEM 2

Estava.

PERSONAGEM 1

Quem se apaixonou primeiro ?

PERSONAGEM 2

Pare de bobagem. Isto não é um campeonato.

PERSONAGEM 1

Você sempre implicando comigo !

PERSONAGEM 2

Vi seus olhos brilharem quando ela chegou perto.

PERSONAGEM 1

Também percebi o seu sorriso.

PERSONAGEM 2

Eu gostava do jeito que ela falava de teus olhos.

PERSONAGEM 1

E eu, quando ela comentava sobre suas mãos.

PERSONAGEM 2

Ela contou cada pinta do seu corpo.

PERSONAGEM 1

E do seu também.

PERSONAGEM 2

Aprendeu a cozinhar só para te ver batendo palmas quando a comida chegava à mesa.

PERSONAGEM 1

Você tinha ciúmes.

PERSONAGEM 2

Não sei.

PERSONAGEM 1

Tem ?

PERSONAGEM 2

Pare.

PERSONAGEM 1

Responda.

PERSONAGEM 2

Pare, por favor.

PERSONAGEM 1

Eu a amava e amo você.

PERSONAGEM 2

Eu também te amo e a amava.

PERSONAGEM 1

Acho que nunca dissemos isto um para o outro.

CENA 4

Aparece a moça no corredor da mesma forma da cena inicial. Aproxima dos personagens com o caderno à mão. Encara-os.

M0ÇA

Senhores, o que devo escrever na faixa de condolências ?

CENA 5

Os personagens se entreolham, depois virando-se para a moça dizem em uníssono:

personagens

Nos amamos.


F I M

21 setembro 2008

DEVANEIOS

O rapaz acordou um pouco zonzo. Estava com ambas as mãos adormecidas devido a posição em que estava dormindo. Os dedos estavam cruzados atrás da cabeça. Com esforço tirou as mãos da nuca sentindo forte desconforto e formigamento. Olhou para para o céu entre os galhos da árvore que balançavam suavemente. Ao seu lado a menina ainda dormia sobre uma manta verde. O brinco vermelho com detalhes amarelo e preto dava um contraste delicado na orelha de pele clara. O peito dela movia-se suavemente obedecendo a respiração. Algumas crianças faziam algazarra na margem do rio. As maiores arriscavam um mergulho na água rasa. As nuvens do horizonte desenhavam objetos estranhos, ora a cabeça de um homem barbudo, ora a cabeça de um animal, uma árvore e tudo que a imaginação pudesse criar. Havia uma confusão de cheiro no ar. De flores do campo, de mato, de fungos, de flores de laranja e outros não identificados. A vista se perde no horizonte num azulado escuro misturado ao verde das matas. A terra é redonda. Uma enorme massa de minerais suspensa no ar, e "viajando" numa velocidade de mais de 29 km por segundo. Dentro de 365 dias e num lugar qualquer do espaço dentro da Via Láctea ela terá dado uma volta completa no sol, como se estivesse presa a uma corda, e nesse período a cada 3 meses ela ficará numa posição em relação ao sol, que os humanos resolveram chamar de as 4 Estações do Ano. É uma velocidade espantosa e ainda com direito a um sacolejar trimestral. Durante os 365 dias e as 4 Estações acontece de tudo de bom ou ruim na Terra. Por exemplo, vamos fazer um balanço deste ano de 2008 que ainda não acabou. De bom ...... A menina acordou e quer saber o que o rapaz está pensando de tão compenetrado que está. Ele a olha e sorri. Levantam-se, sacodem as roupas e vão se juntar às crianças.

11 setembro 2008

VEJA QUEM TEVE A FORÇA DO SORRISO


Sabem o post abaixo quando falei sobre o SABUGO no meu conto? Ei-lo, numa foto que achei no fundo do baú. Lembro-me que passeava com minha filha numa tade de sol forte pelo centro da cidade. Encontrei com o SABUGO e pedi a ele que me deixasse fotografá-lo. Ele não falava, mas se concordasse apenas sorria. Como ele sorriu eu fiz a foto. Uma saudosa lembrança interessante de alguém que não é meu parente e que se foi há alguns anos.

31 agosto 2008

A FORÇA DE UM SORRISO

Madrugada do dia 23 de dezembro de um ano qualquer. O despertador toca insistentemente a uma da manhã. O menino acorda. Lava-se rápido, toma café puro com um pedaço de bolo. Apanha a bolsa com algumas roupas. Precisa se apressar pois o trem passa às 2 duas horas. Ao sair a mãe que acordara com o barulho do relógio lhe recomenda, sem sair do seu quarto, que o filho tome cuidado. Até a Estação Ferroviária a distância era de dois quilômetros. Ventava frio e ameaçava chuva. As ruas estavam desertas. O menino de quatorze anos ainda não havia superado seus medos da noite. Muitos cachorros soltos pelas ruas. Algumas casas exibiam lâmpadas coloridas em seus jardins à espera do Natal. A Estação parecia que era bem mais longe. As sombras das árvores desenhavam figuras de monstros que ficavam ainda piores com o barulho das folhas ao vento. Na avenida aparece um vulto de um homem com um enorme saco preso às costas. Ele abaixava-se de tempos em tempos, caminhando ao encontro do menino. Ele treme de medo e o coração dispara, mas continua andando rápido. Qualquer ameaça eu corro, pensou. Bem próximo do homem o menino o reconheceu. Tratava-se de um conhecido mendigo que catava lixo nas ruas. Ao cruzarem-se o mendigo abriu um largo sorriso. O menino parou, retribuiu o sorriso e ficou ali vendo aquele vulto que subia a ladeira pegando lixo e colocando no saco. O menino quase perdeu o trem, só porque recebeu um sorriso de um mendigo apelidado de SABUGO.

CURIOSIDADES



A cana de açúcar também tem flores. Na verdade é um pendão que fica no topo da cana, mas é a flor da planta que devido sua cor não fica bem na foto.


Este rapaz que salta com sua moto me deixou curioso. O que leva um jovem a fazer essas loucuras? Depois refletindo um pouco encontro uma resposta fria e até certo ponto absurda. É o seguinte. Para fabricar a moto usa-se muitos trabalhadores. Numa competição de motocross há bares vendendo bebidas, borracheiros, mecânicos, médico (é isso mesmo, a presença de um ortopedista é obrigatória nesta competição, nem precisa dizer porque, não ?), motoristas, etc. É a economia que gira em torno de um esporte perigoso. O mais interessante que há uma porção de malucos que ficam à margem da pista poeirenta e torcendo para filho, irmão, amigo ou simplesmente torcendo. Hoje a arena romana é um pouco diferente.(clique na foto para ver melhor)

VIDA SEVERINA


A mão cansada de cortar cana faz uma pausa para assinar o livro de presença. Foram 10 toneladas de cana só neste dia. Como uma tonelada de cana produz 85 litros de álcool, esta mão produziu 850 litros de combustível, vendido a R$ 0,65 o litro. A mão da foto rendeu R$ 552,50 para o proprietário da usina, que lhe pagou pelo trabalho R$ 36,00.


A simpática cortadora de cana toda acanhada para a foto deixa à vista seu brinquinho de margarida. Mesmo com a dura labuta diária não perdeu a delicada vaidade.

10 agosto 2008

PANTOMINA TEATRAL



A apresentação era para ser feita em praça pública mas em função da chuva transferiram para um pátio de uma escola técnica. Na verdade não sei se foi mesmo por isso. A peça, uma pantomina nos moldes do Império Romano, apresenta linguagem chula e gestos obscenos, acho que não ficaria bem em praça pública. De qualquer forma a peça é muito engraçada e tem o título de "O ASNO". No final correram o chapéu para arrecadar algum trocado, afinal eles também vestem e comem.

13 julho 2008

EU QUERIA .....

Os meus "QUERERES": Queria ser inteligente; queria ser mais jovem; queria ter um pouco mais de dinheiro, mas não viver em função dele; queria ter uma vida minimamente estabilizada; queria ser paciente com as pessoas; queria ter a sensibilidade e coragem de dizer `Te amo´; queria ter sempre a coragem de pedir desculpas; queria conhecer o país inteiro e o mundo; queria ver o Dantas, Maluf, Pitta, os Pedófilos malditos na cadeia e com eles os Juízes que os libertam, além de todos aqueles que metem a mão no dinheiro público; queria dar um beijo na minha mãe, que se foi deixando um vazio impreenchível; queria voltar a sentar com o velho Joaquim, meu pai, e rir das coisas engraçadas da vida; queria que você que está lendo meus quereres, fosse muito feliz; queria que todas as crianças fossem tratadas como crianças e que vivessem como crianças; queria me desapegar ao máximo das coisas materiais; queria ter tido infância e soltado pipas; queria ter tido tempo de nadar mais nos rios com o corpo nu, quando criança; queria andar descalso na chuva forte e sentir a água escorrendo pelo corpo; queria ter tempo para ler os livros ainda não lidos; queria que nenhum ser humano precisasse de religião para amar seus semelhantes; queria que parassem de matar em nome de Deus; queria que parassem de odiar em nome de Deus; queria ser mais forte e não chorar com tanta facilidade; queria fazer um filme bonito, emocionante. Há ainda muitos outros quereres, mas por agora basta.

05 julho 2008

VIDA ATUAL DE PROFESSORA

A professora banhou-se rápido, pegou suas anotações e a chave do carro, saiu mastigando um lanche. As ruas do Zona Leste da Capital estavam como sempre congestionadas de veículos, motos e gente. Chegou na escola no horário, mal dando tempo para estacionar corretamente o seu veículo. O guarda abriu o portão como sempre faz e a cumprimenta da mesma forma,com um boa noite. No corredor algumas alunas exibindo piercings no umbigo à vista e espalhados pelo rosto. Riram com a passagem da professora, que fingiu não ouvir, seguindo seu caminho. Num cantinho escuro um casal de jovens beijavam-se acintosamente agarrados um ao outro. No interior da escola as paredes ganharam pixações novas. As portas invariavelmente quebradas não conseguem ficar fechadas. A professora entra em sua sala. As lâmpadas do fundo da sala estão quebradas. Alguns alunos fizeram isso para que possam cheirar cocaína em paz sobre as carteiras. Foram mais de duas horas de aula. Ela retorna para casa exausta com a impressão de que seu dia andou. Para a Menina Enciclopédia, embora reconheça que não foi bem assim, mas, que diferença faz ?

VOCÊ JÁ VIU O POR DO SOL ?


Voltando de uma viagem a Sampa no fim da tarde foi esta a imagem que vi, o por do Sol num dia frio de inverno. A fumaça das queimadas e as nuvens, deram um espetáculo à parte. Visto através de uma lente de 300 mm então ficou desse jeito aí da foto. Clique na imagem e veja ampliado o astro rei.

28 junho 2008

VIROU TRADIÇÃO


Já está no fim a XX semana LUIZ ANTÔNIO MARTINEZ CORRÊA. Há 20 anos Araraquara homenageia esse grande artista, filho aqui da terra que teve a ousadia de filmar um longa metragem por estas bandas apenas com estudantes amadores. O filme "Santo Antonio e a Vaca" fez história. Para meu desespero esse ano não pude participar de todas as atividades que queria. Nesta sexta-feira (27/06/08) fui numa delas, uma apresentação teatral no pátio externo da antiga estação ferroviária, com os alunos do curso de Técnico Ator. Tirei várias fotos. A que está aí acima é uma delas.

CONSCIÊNCIA BARATA

Passo apressado pela rua mais movimentada da cidade. Estava ventando e um friozinho chato penetrava por baixo da blusa fina. Na porta de uma loja e ao sol, estava um senhor negro, cabelos brancos, aparentando mais de 80 anos, roupas sujas e rasgadas. Calçava chinelos rústicos. Ambos os tornozelos inchados. Ficava cabisbaixo, triste. Entre as pernas segurava um chapeu roto de feltro, virado para cima, formando um receptáculo para que as boas almas colocassem ali algum trocado. Passo por ele e vou em frente. Não dou esmolas para mendigos. A uns 10 metros páro repentinamente. Procuro no bolso um trocado. Localizo uma moeda de 50 centavos. Volto e a deposito no chapéu, que faz um barulho ao bater em outras, que noto serem a maioria de 5 centavos. Ele levanta a cabeça e agradece. Vejo seus olhos miúdos, sofridos. Retomo meu caminho. Estanco meus passos novamente. Procuro no bolso uma nota. Volto e deposito no chapéu. Ele agradece novamente, sempre com voz muito baixa, quase inaudível. Vou embora com a sensação estranha de que minha consciência valeu muito pouco.

BEM VINDO À NORMALIDADE

Parece que o problema com o vírus no computador foi resolvido, até brinquei um pouco alterando o tamanho e a cores das letras. Coloquei novamente os links daqueles que me visitam e vamos que vamos. Esquecí o texto que perdi. Vou tentar repetir aquilo que a memória gravou. Está logo acima com o título "Consciência barata".

23 junho 2008

E TOME VÍRUS

Faz dias que ando às voltas com vírus. Na garganta e no computador. Na garganta estou curando com Phitolaca 30ch, remédio homeopático. No computador não sei o que fazer, cada um diz uma coisa e eu vou perdendo tudo. Meus links daqui foram para o espaço, algumas postagens idem. Enquanto escrevo este post já desligou sozinho duas vezes e não pára de soar um sinalzinho irritante. Volto outra hora, quando consertar, eu tenho algumas coisas para postar. Ufa!!! Consegui !!!

30 maio 2008

TARDE DE SEXTA-FEIRA


Às margens da rodovia que liga Araraquara ao Município de Ribeirão Bonito os ipês estão dando o maior show de beleza. Não pude resistir, apesar da pressa, e fotografei essa explosão de cores vivas no meio da mata verde que cresceu sobre o morro.

Ele estava assim de boné vestindo uma camiseta branca, duas camisas e um paletó estilo blazer, bem sossegado aguardando o frio que prenunciava. Enquanto o frio não vem, ele pegou uma tesourinha na mochila que estava ao lado e passou a cortar os fiapos e pontas de linha que estavam em seu blazer. Andar alinhadinho é bom pra todos, ou não ?

27 maio 2008

PABLO E PAULO


Sabado teve show de dança de sapateado no Teatro Municipal e eu, como de costume, fui lá fotografar os rapazes e moças. Desta vez por um motivo especial, foi a primeira apresentação do Paulo e do Pablo, depois que eles voltaram da Bélgica, onde irão estudar dança numa das mais conceituadas escolas de dança do mundo. Uma grande vitória para eles, a família, a comunidade e especialmente, seus professores daqui que acreditaram que eles só precisavam de uma oportunidade. O Paulo é o que está logo à frente de calça amarela (vide post de 11/05/08) e o Pablo está no centro da foto de calça marrom.

MANOEL DE BARROS QUANDO JOVEM

"Hoje eu completei oitenta e cinco anos. O poeta nasceu de treze. Naquela ocasião escrevi cartas aos meus pais, que moravam na fazenda, contando que eu já decidira o que queria ser no meu futuro. Que eu não queria ser doutor. Nem doutor de curar nem doutor de fazer casa nem doutor de medir terras. Que eu queria ser fraseador. Meu pai ficou meio vago depois de ler a carta. Minha mãe inclinou a cabeça. Eu queria ser fraseador e não doutor. Então, o meu irmão mais velho perguntou: Mas esse tal fraseador bota mantimento em casa ? Eu não queria ser doutor, eu só queria ser fraseador. Meu irmão insistiu: Mas se fraseador não bota mantimento em casa, nós temos que botar uma enxada na mão desse menino pra ele deixar de variar. A mãe beixou a cabeça um pouco mais. O pai continuou meio vago. Mas não botou enxada." Manoel de Barros, Memórias Inventadas - A infância, Ed. Planeta 2007, capítulo VII

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Recentemente li uma entrevista com o poeta Manoel de Barros. O entrevistador perguntou a ele quando começara o gosto pela leitura. Escrevo aqui o que me lembro de memória sobre sua resposta, foi assim: Quando criança estudava num colégio dirigido por padres. Sempre rigorosos com os alunos quanto a disciplina. Um dia eu estava no banheiro me masturbando quando um padre professor me surprendeu. Como castigo por este grande pecado fui obrigado a ler o "Sermão da Sexagésima" do Padre Antônio Vieira. Eu gostei tanto da leitura que entrava no banheiro para me masturbar justo na hora que vinha vindo o padre. E novamente tinha que ler prazeirosamente os sermões do padre Antônio Vieira. Fui acometido de anemia grave e internado, mas a essa altura já tinha lido toda a obra de Antônio Vieira.

18 maio 2008

VIRADA CULTURAL 2008


Este ano na Virada Cultural teve de Zé do Caixão até índios Terena. Veja que rostinho lindo dessa indiazinha. Ela estava tímida e eu apontando a máquina para ela disse "dê um sorrizinho" e ela sorriu bonito mostrando um aparelho para corrigir os dentes.

O indiozinho estava concentrado na dança que iria executar logo em seguida. Vida dura de índio.

Houve um tempo em que o índio queria apito, espelho, panelas. Hoje a conversa é outra, índio tem máquina fotográfica digital. Eu disse a ele "deixe-me fotografá-lo" e ele "você me fotografa e eu te fotografo". E assim fizemos.

Arnaldo Antunes fechou a virada cultural com a praça cheia de gente. Todos felizes pelo porre de cultura. Foram 24 horas ininterruptas de cultura para todos os gostos. Tomara que o ano que vem tenha mais, afinal a gente não quer só comida .....

11 maio 2008

EMOÇÃO EM DOSE DUPLA





Viagem a negócio para Sampa é sempre uma correria. Andei e subi escadas das 13 às 17 horas. Fui rapidamente tomar um lanche com o meu filho. Depois fui voando para a rodoviária tentar o ônibus das 18:30 hs. Desespero, perdi por 5 minutos. Na livraria compro a Caros Amigos deste mês, pelo menos me distraio, aprendo e passa o tempo. Ao passar por Campinas o ônibus enguiça. Pedem outro que deve demorar 2 horas. Entramos num posto desses bem sujo. Fico ali no frio lendo a revista. Leio a entrevista do neurocientista Miguel Nicolelis. Fico emocionado, um nó na garganta e muita vontade de chorar. Era 22:55 hs quando o celular toca e eu com a voz embargada. Do outro lado a amiga Gilsamara Moura chorando. Estava emocionadíssima. Dois dos seus alunos oriundos de um projeto social acabavam de ser aceitos numa das melhores escolas de dança do mundo com sede em Bruxelas, na Bélgica. Fazer o que, né ? Choramos juntos de emoção. Este rapaz das fotos é um deles, o Paulo. Gente muito simples, linda. Chegar perto do Paulo e conversar é uma coisa inexplicável. Transmite uma energia de paz, alegria, bondade, só quem o conhece entende o que estou falando. O outro jovem é o Pablo, que prometo colocar aqui suas fotos também. Nesta sexta fui lá da Escola Municipal de Dança abraçá-los, ele e a Gilsa, sua professora. O Pablo estava em viagem, cuidando da papelada necessária para o curso.
Recomendação: Comprem a Revista Caros Amigos deste mês de maio e leiam a entrevista com o neurocientista citado, vale a pena.

04 maio 2008

PRIMEIRO DE MAIO DE 2008 - O QUE EU VI


O homem da foto estava muito bêbado. De tempos em tempos ele pegava numa sacola plástica uma garrafa de pinga e enchia o copo para esvaziá-lo em seguida. Não sei qual o sentido da vida para esse homem.

Ao ver este senhor com sua bengala, lembrei-me de uma letra de música antiga cantada pelo Altemar Dutra onde dizia "velho meu querido velho/agora já caminha lento/como perdoando o vento". Saudade dos meus pais.

Cabisbaixo ele lia. Lia o que? Sei lá, apenas lia acompanhado de sua solidão num ponto de ônibus urbano em pleno feriado de primeiro de maio.

Ela descia a rua rindo sozinha, feliz. Com certeza era a influência das flores que acabara de comprar.

20 abril 2008

O DIA DO PATO

O Joaquim, que era meu pai, resolveu que todo final de semana deveríamos comer carne de pato ou pata. Encarregava minha mãe de sacrificar o bicho, cortando-lhe a cabeça. Por mais que ela protestasse, não tinha jeito. Num determinado final de semana minha mãe se aborreceu e foi incisiva: Desta vez basta, não mato o bicho !!! Olhou para os lados procurando um filho ou filha. Azar o meu que estva passando por ali. É você, disse-me ela apontando com o dedo indicador. Nem esperou pela resposta. Virou-se e foi visitar uma conhecida que estava doente. Fiquei ali sem saber o que fazer com aquele bicho. Ele me encarava e eu com o olho nele. Alguém estava me chamando no portão e eu fui lá ver. Era o Isaac, vizinho e amigo. Não tive dúvida, chamei-o para me substituir na função de carrasco de pato. Dei-lhe uma faca velha e algumas instruções, como por exemplo que a cabeça do bicho tinha que ser decepada. Isaac pegou o bicho pela cabeça ficando com o corpo dependurado. Isaac começou "serrar" o pescoço do bicho. No menor sinal de sangue ele soltou o bicho que saiu correndo pelo mato do quintal vizinho. Foi em vão tentar pegá-lo. Desapareceu como num passe de mágica. Lembro-me que meu pai chegou em casa bêbado e salivando pensando em comer um pato cozido. Achou chuchu e abrobrinha para seu desespero. Eu estava bem escondido na casa do Isaac.

02 abril 2008

CADÊ OS NEGROS

Enquanto o Binho não me encontrava dentro do shopping Higienópolis, em Sampa, fiquei observando os clientes que por ali circulavam e as pessoas que trabalhavam nas lojas. NENHUM NEGRO. Minto, os guardas que ficam nas portas como Leão de chácara eram negros, daqueles bem grandes, com terno, gravata e óculos escuros. Um africano, desses que estão invadindo Sampa ultimamente, cruzou os saguões em passos rápidos e saiu pela porta lateral, sob vários olhares desconficados. De repente passou-me a sensação de que estava no lugar errado, que só confirmou quando paguei a conta do almoço. Um prato com uma porção de quibe cru e três charutinhos R$ 18,00.

NO CAOS DE CD´S E LIVROS UM TESOURO

No meio de centenas de livros do Binho encontro um que me chamou a atenção, não pelo seu autor que é conhecido, mas pelo seu tamanho. Deve medir 10x15 e tem 51 páginas, sendo 19 só de explicações sobre o tema e sobre a vida do autor EPICURO, 20 em grego e o restante em português. Nunca vi uma carta trazer tantas informações e conhecimento num espaço tão diminuto. Para adquiri-lo os dados são: "Carta sobre a felicidade" (a Meneceu), Ed. Unesp, EPICURO.

Na internet encontrei:

Epicuro
Nascimento 341 a. C.
Falecimento 270 a. C.
Escola/tradição Fundador do Epicurismo
Principais interesses Hedonismo, Atomismo
Idéias notáveis Epicurismo
Influenciados Hermarchus, Lucretius, Thomas Hobbes, Jeremy Bentham, J. S. Mill, Thomas Jefferson, Friedrich Nietzsche, Karl Marx, Michel Onfray, Hadrian, Metrodorus of Lampsacus (the younger), Philodemus, Amafinius, Catius

20 março 2008

DESCONFIEM DOS MORALISTAS

Sempre refleti sobre pessoas preconceituosas e moralizadoras e descobri que elas são preconceituosas e imorais. No recente caso do Governador de Nova York, (senhor Eliot Spitzer) para mim não foi surpresa quando ele afirmou ao lado da sua mulher que a traía com prostitutas e pior, com dinheiro público !! Ele ganhou a eleição sobre o tema da moralização. O moralizador é aquele que impõe regras duras aos outros que ele mesmo não consegue seguir. Na verdade há nele um desejo enorme de transgredir a próprias regras que impõe. Assim, desconfie-se daquele que vocifera contra homossexuais, prostitutas, etc. ele pode ser um enrustido homossexual ou amante de prostitutas. Lembro-me de um caso envolvendo um Desembargador de um Tribunal de Justiça que impunha nas suas sentenças o máximo da pena para os chamados crimes contra a moral e os bons costumes, sempre, evidentemente, ligados às questões sexuais. Quando se aposentou, voltou ao seu gabinete para buscar seus livros particulares que lá ficaram. Ao sair passou a mão acintosamente nas nádegas da sua ex-secretária. Moralistas, pois, pois.

02 março 2008

MAIS UM INQUILINO OU SERÁ UMA INQUILINA ?



Logo pela manhã de sábado uma algazarra de passarinhos no fundo do quintal me chamou a atenção. Era um bando de sabiás laranjeira. Fui ver o que estava acontecendo. Eles estavam nervosos com a presença de uma coruja buraqueira que posou numa das folhas do meu pé de mamão. Eles faziam a maior algazarra ao lado dela e ela não estava nem aí, até parecia que não estava ouvindo. Como para morar nesse humilde quintal deve ter foto de registro, peguei a máquina e cadastrei o novo bichinho. A única dúvida é se se trata de uma coruja ou um corujo.

PROMESSA É DÍVIDA


Como choveu muito de à noite de sexta (29/02) para sábado (01/03), o FOFÃO, meu sapo de estimação, resolveu sair da toca e passear durante o dia, o que não é comum. Chequei até a pensar que ele fez de propósito depois que prometi fotografá-lo. Eu me aproximei com a máquina fotográfica na mão e ele nem se mexeu, ficou fazendo pose. Vejam aí, o FOFÃO tomando sol.

23 fevereiro 2008

CHOCANTE

Acabo de assistir TARTARUGAS PODEM VOAR do iraniano BAHMAN GHOBADI. Não me lembro de ter assistido um filme tão chocante, provocador, triste. Muitas crianças. Vida infantil dura, sofrida, numa terra abandonada por Deus e pelos homens. Acho que vou chorar ...

FOFÃO

Há dias que não via o Fofão ..... Bem, deixa começar história desde o início. Chego em casa ali pelas 22 horas e vejo um bando de meninos e meninas numa roda fazendo a maior algazarra em frente ao meu portão. Paro o carro e vou ver o que se sucede. No meio da roda, sendo cutucado com varas e levando alguns chutes estava um sapo. Dei uma tremenda duma bronca na gurizada e toquei o sapo para dentro do meu quintal. O pai de um dos meninos ficou estupefato. O senhor vai deixar esse sapo no seu quintal ?? perguntou arregalando os olhos. Vou sim, respondi secamente. Batizei o bichinho de FOFÃO porque ele tem um barrigão e é muito desajeitado quando pula. Ontem a noite fui no quintal espantar uns gatos barulhentos e quem eu vejo ? O FOFÃO ! Deve ter muita comida aqui para ele, afinal ele engordou mais, ficou mais lento ao saltar. Que fique por aqui e em paz. No próximo encontro vou fotografá-lo.

OS BELOS SEGREDOS DO MEU QUINTAL







Construí uma modestíssima casa num terreno 12X20. Primeira providência foi NÃO CALÇAR O QUINTAL. Plantei grama, depois plantei 6 pés de mamão, dois de laranja, quatro goiabeiras, dois de pinha, um de maçã, um de uvaia, dois de tangerina, um de jaboticaba sabará, melancia, pimenta, manacá da serra, e muitas roseiras. Depois de dois anos e meio já colhi jaboticabas, goiabas, melancias. Vejam aí as fotos do meu "sitio". A goiaba da foto fiz questão de não colher para que sirva de alimento aos pássaros que diariamente visitam a goiabeira. Essa lagarta que é inquilina do meu pé de goiabeira é uma das maiores que já vi e logo será uma imensa borboleta. Ah, sim, quando ameaça o stress eu crio "obras de arte" como estes bambús pintados que pendurei na garagem.