25 julho 2009

GRIPE E BLUES

O corpo estava estranho. Sem apetite, sonolento. Na locadora uma oferta irrecusável, a coleção THE BLUES, produzida por Martin Scorsese, em três parcelas. São 7 DVD´s de puro Blues, numa bela embalagem feita em madeira. Cada DVD entregue aos cuidados de um cineasta. Em casa esta coleção fica junto aos não assistidos. Com o corpo ainda estranho, o banho é rápido e novamente a rua em busca do show no SESC. Durante o show pequenos arrepios de frio incomodando. O relógio marcava 23 horas e o corpo pedia urgentemente uma cama quente. Creme dental, escova, cama, arrepios e muita sensibilidade na pele, acompanhada de uma leve dor de cabeça. Madrugada, o mundo parece desabar. Febre, suor, dor. Apracur, tilenol, claritin, chá de ortelã com limão e mel. Nada. Manhã de sábado, um farrapo de ser humano tenta levantar-se. Os pés doem ao tocar no chão. Não há o que possa fazer contra essa situação, a não ser ... assistir blues. No DVD player entra aleatoriamente o filme The Road To Menphis, feito por Richard Pearce e Robert Kenner, num impressionante documentário sobre os artistas entre outros BB. King, Rosco Gordon, Ike Turner e Bobby Rush, que dirige e conserta o ônibus da sua banda. Rosco Gordon uma simpatia que lembra Ibrahin Ferrer do Buena Vista Social Club, documentário produzido por Wim Wenders, que aliás também dirige um excelente documentário dessa coleção. Ibrahin Ferrer foi resgatado da sua atividade de engraxate de sapatos pelo Ry Cooder, para ganhar o mundo. Alguém comentou que isso só aconteceu porque o comunismo cubano acabou com os artistas. Essa pessoa precisou ser lembrada de que Tom Zé não é cubano e quando foi resgatado era frentista de posto de gasolina e jardineiro. E nesse documentário sobre blues mostra que o Rosco Gordon foi resgatado de uma lavanderia em Nova York, após ter abandonado a música há 30 anos. Ainda faltam 5 filmes para serem vistos. Será tempo suficiente para o corpo voltar ao normal.