30 dezembro 2009

SÃO LUIZ DO PARAITINGA

CASA ONDE NASCEU OSVALDO CRUZ
CAPELA DE Nª Sª DAS MERCÊS

CASARÕES

MERCADO MUNICIPAL

Paraitinga como é conhecida, é a Paraty sem mar dos Paulistas. Cidade serrana, que fica no topo da Serra do Mar. Esta cidade do tempo do Brasil Colônia, servia de entreposto de mercadorias que seguiam para a Europa, principalmente o café, o açúcar e o ouro. Essas mercadorias desciam a serra para Ubatuba e Paraty de onde eram embarcadas. Os moradores de Paraitinga é muito acolhedor, simples, o chamado "caipira" no melhor sentido. Suas ruas são limpas. Há bons lugares para refeições a preço baixo. Os casarões foram preservados com suas cores típicas, inclusive a casa onde nasceu Osvaldo Cruz. Só as ruas tiveram a alteração do calçamento de pedra para o convencional dos dias de hoje, mesmo assim em cimento e não asfalto. Algumas ruas (becos) foram preservadas com as pedras originais (veja em frente a Capela). A Capelinha de N. S. das Mercês foi construída pelos escravos (sempre eles) a mando da senhoria que havia sonhado com a santa (a senhoria sonha e os escravos trabalham). Um aviso, se pretender ir de Ubatuba para Paraitinga tome cuidado, pois a pista é perigosa, com muitas curvas acentuadas e de Ubatuba a Paraitinga é toda em aclive que, em alguns trechos, só se consegue subir em primeira marcha!!

PARATY


Sempre pensei em visitar Paraty e nunca sobrava oportunidade. Neste fim de ano, sem muito planejar lá fui eu. Já que estava ali perto em Ubatuba, porque não? Paraty é uma cidade portuária da é poca do Império. Servia de ponto de partida do ouro que vinha de Minas Gerais e São Paulo, de onde saía ouro e café. O casario de Paraty foi em grande parte preservado, inclusive com suas cores alegres. O calçamento do centro velho também está intacto. Gostei muito de Paraty. Clique nas fotos para ampliá-las.

UBATUBA BLUES


Há muito tempo eu não visitava Ubatuba. Na última vez que estive lá a praia do Tenório só era acessada através da mata e por trilhas estreitas. Era proibido construir ali. Havia um único quiosque para venda de bebidas e guloseimas. A preservação da praia era rigorosa. Agora virou uma bagunça. Invadiram a praia com várias mansões, impediram o acesso à praia com muros, que só foram abertos caminhos entre os muros através de medida judicial. Encheram de quiosques e vendedores ambulantes. Nenhum quiosque possui sanitários, o que significa que os banhistas fazem suas necessidades na mata ao lado ou dentro d´água. Uma nojeira só. A cidade de Ubatuba é suja, sua praia principal, a Itaguá, está muito suja e a água está poluída e. por isso, interditada. O que sobrou de bom é que a velha Matriz está conservada e há alguns casarões também conservados, como estes da foto. O que abriga a Secretaria da Cultura (Casa do Porto) já dá sinais de deterioração. Se continuar no abandono que está o futuro deste casarão não é nada promissor.

30 novembro 2009

EM DIA DE FERIADO

Cortadores de cana de açúcar em dia de feriado, sob um sol de 40 graus
Casarão do fazendeiro, sempre imponente
A siriema, fotografa a mais de 500 metros com uma lente de 560 mm.
A igreja construída no local mais alto da cidade, como manda a tradição católica, obrigando a todos os visitantes a vê-la de longe
A fazenda, numa foto telúrica
A fachada do museo de Araraquara, tantas vezes fotografado

11 novembro 2009

A CAIXINHA

O ritual se repetia quase todos os dias. Ele chegava em casa, ia direto para o quarto e fechava a porta. Da pequena fresta da janela dava para ver que ele abria o guarda roupa e retirava de lá uma caixinha de madeira. Era uma caixa comum, retangular. Na frente da caixa ficava dependurado um pequeno cadeado prendendo a tampa. Colocava-a sobre a cama, sentava na borda e cerimoniosamente pegava a chave e abria-a. Às vezes tirava de lá algum papel ou depositava ali alguns trocados. Tinha ciúme inexplicável daquele objeto de madeira. Caiu doente. Abandonou a caixa dentro do guarda roupa. Agonizou por muito tempo até falecer. Após o sepultamento, os parentes se reuniram, precisavam ver o conteúdo misterioso da caixa. Ninguém achou a chave. Alguém sugeriu desmontar pela dobradiça. Assim foi feito. Havia tensão no ar. Finalmente a tampa abriu-se. De dentro da pequena caixa foram sendo tirados sob os olhares curiosos muitos papéis velhos, sem nenhum sentido como recibos de salários, receitas médicas, bulas. Nenhuma carta de amante, nenhuma cédula de dinheiro, nenhum título de banco, nenhum seguro de vida. Nada que realmente valesse a pena. Aquela caixa era apenas um símbolo que ele tinha para imaginar que possuía alguma coisa.

ENSAIO VAGO 1

goiabas no meu quintal
primeira maçã do meu quintal
ops, ele continua aqui!!! Um pouco mais gordinho é verdade.

fim de tarde fora de Itapuã


02 novembro 2009

ENSAIO VAGO EM DIA DE FINADOS

Laranja Pera Barcelona no meu quintal
Fruta do Conde ou Pinha no meu quintal

Pomba Margot ou Amargot?

27 outubro 2009

SAUDADES DO JOAQUIM

Queria poder sentar novamente com o Joaquim. Ouvir suas histórias as vezes tristes, as vezes engraçadas. Ter paciência em aguardar que ele mastigasse lentamente o amendoim torrado, logo após um longo trago de cerveja. Enquanto mastigava seu olhar ia para longe, ficava pensativo, depois voltava ao mesmo lugar. Mais um longo gole na cerveja gelada, que descia com um prazer indescritível, deixando sinais de espuma nos lábios superiores. Outra história, muitas risadas. O tempo passou, o Joaquim se foi deixando um rastro de coisas boas e ruins, como suas próprias histórias. Joaquim era meu pai.

19 outubro 2009

TRÊS TEXTOS PARA REFLETIR

Segue abaixo três textos extraídos do Ensaio entitulado “ELOGIO DO MEDO” da psicanalista MARIA RITA KEHL, do livro “ENSAIOS SOBRE O MEDO”, organizado por ADAUTO NOVAES, Edições SESC, São Paulo, 2007, págs. 89, 102, 109 e 110.
TEXTO 1
O medo pode ser provocado pela percepção de nossa insignificância diante do universo, da fugacidade da vida, das vastas zonas sombrias do desconhecido. É um sentimento vital que nos protege dos riscos da morte. Mas em razão dele desenvolvemos o sentido da curiosidade e a disposição à coragem, que superam a mera função de defesa da sobrevivência, pois possibilitam a expansão das pulsões de vida.”
TEXTO 2
“É interessante notar que, ao articular angústia e encontro com o vazio Freud inscreve-se marginalmente na tradição filosófica do cristianismo. Mas onde um pensador como Pascal refere-se ao vazio da alma sem Deus, que deixa o homem desamparado diante do universo e do seu destino, Freud trata do vazio de simbolização e do desamparo psíquico que ele acarreta. O sujeito da psicanálise é o homem sem Deus da modernidade, indefeso perante sua própria divisão subjetiva. Por um lado, encontra-se a mercê da invasão das excitações pulsionais; por outro, vive temeroso de deparar com as representações do desejo inconsciente. Nesse sentido, pode-se pensar nas fobias como mecanismos de proteção ante o medo de sentir medo, o qual não é outro senão o medo do inconsciente a que se referiu Freud na conclusão do `caso Hans*´” *Hans, um menino de 5 anos analisado indiretamente por Freud.
TEXTO 3
Que significantes mestres regulam o gozo na sociedade atual? A potência paterna passou a ser medida pelo poder de consumo do pai real; fica excluída, assim, a possibilidade de um pai pobre fazer-se respeitar, mesmo nos casos em que este se apresente, à maneira antiga, como honesto, esforçado, trabalhador. Quanto aos que têm dinheiro, estes se vêem lançados em uma negociação permanente com os filhos, em termos de: se quiser que eu te obedeça, me pague.
A publicidade demonstra constantemente que a fruição individual de um objeto de consumo (apresentado como objeto do desejo) vale mais do que todos os ideais coletivos do mundo. Descolado de uma cadeia significante que sustente sua função simbólica, o pai contemporâneo sente-se, com frequência, incapaz de exercer a autoridade necessária, tanto para estruturar seus filhos por meio da imposição de limites quanto para protegê-los dos riscos da falta de limites.”

18 outubro 2009

NÃO BASTA SABER DANÇAR TEM QUE TER CORAGEM


No 8º Festival de Dança de Araraquara, como em todos os anos, há sempre uma novidade. Este ano a novidade ficou por conta de um grupo de São José do Rio Preto, que se apresentou dependurado por cordas no alto do prédio da Prefeitura, há mais de 30 metros de altura! Nas duas fotos dá para ter uma noção do perigo. Mas foi um espetáculo muito bonito que tirou o fôlego de todos que assistiam.

10 outubro 2009

O AR NAS CHÁCARAS DE ITATIBA


Passar um final de semana numa pequena chácara em Itatiba é muito bom. Se estiver acompanhado de bons amigos e principalmente do Valdizar e da sua companheira Sônia, é indescritível. A conversa rola solta até altas horas. Fala-se de tudo, política, meio ambiente, cinema, comida. Preparei um delicioso tepan de salmão com repolho ao forno, acompanhado de arroz branco e sakê de dar água na boca. O ruim é que a revoada dos pássaros na tarde de domingo insistiam em nos lembrar que tínhamos que pegar a estrada, afinal segunda-feira é dia de trabalho duro. O Valdizar é esse cidadão aí, cearense arretado, com uma história de vida fantástica.

DETALHES QUE SÓ O FOTÓGRAFO VÊ

O TICO-TICOENTRE JACARANDÁ E PRIMAVERAS

O DETALHE SAUDOSAMENTE ANTIGO




VOCÊ PRECISA DISSO?

Passou pelos piores dias da sua vida. O câncer lhe causava dores insuportáveis. Foram meses de quimioterapia. Perdeu os cabelos, a auto estima, os amigos. Estava muito magro. É muito pobre, depende de médicos do serviço público, remédios do serviço público, de transporte público. Fez um último exame para ver seu atual estado de saúde depois de 1 ano de tratamento e uma cirurgia. Finalmente a boa notícia, estava curado. Saiu do hospital, foi até o ponto de ônibus sob um sol intenso. No ônibus, sentou-se à janela. Olhava as pessoas andando rápido. Crianças deliciando-se com sorvetes, levando bronca dos adultos que as acompanhavam. Sentiu novamente a vida. Fez o que há muito tempo não fazia: sorriu. Começou a sentir um forte desejo interno de viver, de se emocionar, de abraçar pessoas novamente. De dizer alto e em bom som: Estou curado! Ao seu lado senta uma mocinha e à frente sua amiga. Ambas aparentando 17 ou 18 anos. A amiga vira-se e começa comentar como está se sentindo. Está deprimida, problemas em casa, escola, namorado... E essa conversa com lamentos das duas foi se alongando. O rapaz olhou para ambas e disse: Sabe o que eu acho? Que vocês duas estão precisando passar por um câncer, quem sabe se a depressão, namorado, família, etc, fique para outro plano e vocês comessem a dar mais valor a vida. Reinou o silêncio total até o fim da viagem.

QUANDO A TECNOLOGIA ATRAPALHA

Soou o terceiro e último sinal. No alto falante do teatro os recados de sempre sobre saída de emergência em caso de incêndio, programação do mês e desligar sinais sonoros. A platéia fez um silêncio sepulcral. As cortinas se abrem. O palco está à meia luz. No centro uma atriz ajoelhada, corpo um pouco curvado para a frente, cabelos logos caídos sobre o rosto cabixbaixo. Ela começa movimentar os braços para cima e lentamente levanta a cabeça. Toca na platéia estridentemente a campaínha de um celular. A atriz para o início da encenação e diz: DESLIGUE O CELULAR.

09 setembro 2009

PORTINARIS

O Azul criado por Portinari
O Batismo


A Sagrada Família


A Fuga para o Egito



A Ressurreição
Dentro da igreja Matriz de Batatais se encontra o maior número de obras de Cândido Portinari reunidas. Muito estranho aqueles quadros famosos de um dos maiores pintores do Brasil sem nenhuma proteção. Pode fotografar a vontade com ou sem flash ou vê-los sem companhia. Só um guarda armado toma conta, assim mesmo fica longe. O local sofre todas as variações do tempo. Algumas obras recebem a luz do sol direto. Sabe-se que no mercado das artes, um único quadro desses chega a valer milhões de reais. Enfim, espero que alguém saiba o que está fazendo com esse patrimônio. Dois detalhes. Primeiro, não usei flash. Segundo. A visita é gratuita!!!




08 setembro 2009

A LUA


Diz a lenda que um homem virava lobisomem e ficava admirando a Lua, uivando. Hoje, sem lendas, sem virar lobisomem e sem uivar, é o Rubens que faz isso com a Canon. Tempos modernos, sem lendas, mas com muita tecnologia.

O OLHAR

OLHAR VAGO ...... HOMEM VAGO ....... SOCIEDADE VAGA ...... BLOGUEIRO A CAMINHO DO VAZIO.

03 agosto 2009

DE VOLTA AO BLUES

Terminei a deliciosa maratona de assistir os 7 DVDs sobre a origem e a história do blues, produzida por Martin Scorcese. Mesmo que todos os DVDs fossem ruins, só a música cantada por SON HOUSE com o título “Death Letter Blues”, valeria o valor pago, ainda que cantada apenas uma parte. É muito raro ver um cantor ou uma cantora cantar com todos os poros do corpo e com a alma e não apenas com a garganta. Son House era assim. Foi redescoberto depois de 30 anos após abandonar a carreira de cantor. Sem alguns dentes e já velho ele cantou apaixonadamente para me emocionar como poucas vezes me senti. Ah, estava me esquecendo, as cenas gravadas com Son House está no filme/documentário de Charles Burnett. Quem tiver interessado veja aqui, embora com péssima qualidade, mas dá para se ter uma idéia do que estou falando. http://www.youtube.com/watch?v=8jN5vqEyV7g

25 julho 2009

GRIPE E BLUES

O corpo estava estranho. Sem apetite, sonolento. Na locadora uma oferta irrecusável, a coleção THE BLUES, produzida por Martin Scorsese, em três parcelas. São 7 DVD´s de puro Blues, numa bela embalagem feita em madeira. Cada DVD entregue aos cuidados de um cineasta. Em casa esta coleção fica junto aos não assistidos. Com o corpo ainda estranho, o banho é rápido e novamente a rua em busca do show no SESC. Durante o show pequenos arrepios de frio incomodando. O relógio marcava 23 horas e o corpo pedia urgentemente uma cama quente. Creme dental, escova, cama, arrepios e muita sensibilidade na pele, acompanhada de uma leve dor de cabeça. Madrugada, o mundo parece desabar. Febre, suor, dor. Apracur, tilenol, claritin, chá de ortelã com limão e mel. Nada. Manhã de sábado, um farrapo de ser humano tenta levantar-se. Os pés doem ao tocar no chão. Não há o que possa fazer contra essa situação, a não ser ... assistir blues. No DVD player entra aleatoriamente o filme The Road To Menphis, feito por Richard Pearce e Robert Kenner, num impressionante documentário sobre os artistas entre outros BB. King, Rosco Gordon, Ike Turner e Bobby Rush, que dirige e conserta o ônibus da sua banda. Rosco Gordon uma simpatia que lembra Ibrahin Ferrer do Buena Vista Social Club, documentário produzido por Wim Wenders, que aliás também dirige um excelente documentário dessa coleção. Ibrahin Ferrer foi resgatado da sua atividade de engraxate de sapatos pelo Ry Cooder, para ganhar o mundo. Alguém comentou que isso só aconteceu porque o comunismo cubano acabou com os artistas. Essa pessoa precisou ser lembrada de que Tom Zé não é cubano e quando foi resgatado era frentista de posto de gasolina e jardineiro. E nesse documentário sobre blues mostra que o Rosco Gordon foi resgatado de uma lavanderia em Nova York, após ter abandonado a música há 30 anos. Ainda faltam 5 filmes para serem vistos. Será tempo suficiente para o corpo voltar ao normal.

10 julho 2009

A TECNOLOGIA DIGITAL. FANTÁSTICO.

Estava com minha máquina passeando pelo centro da cidade quando ouvi um barulho muito alto de aves. Olhei para o topo desta torre aí e vi um casal de gaviões. Enquanto preparava o zoom, uma das aves voou e fiz a foto abaixo. Compare a distância e veja que zoom tem essa powershot da Canon. Fantástico!!!
Esta cúpula está a mais de 70 metros de altura e eu estava no quarteirão paralelo, ou seja, mais ou menos uns 800 metros de distância das aves!!! Essas duas fotos foram tiradas do mesmo lugar. Se clicar sobre a foto ampliando-a, sem exagero, dá para ver os rebites que prendem as latas da torre. Adorei a foto, mas foi pura sorte. Lugar certo com a máquina certa.


06 julho 2009

E A VIDA VAI



PASSEIO BUCÓLICO

Os ganços ficam nervosos com a presença de humanos. Se bobear eles corrrem atrás das pessoas


O Peru, ave famosa só lembrada no Natal. Ele se enfeita estufando o peito e eriçando o rabo, só porque a fêmea estava por perto. No close ele faz cara de mau, tentando expulsar o intruso.

Sem delicadeza ele entrou dentro do "prato".

Este foi um pouco mais delicado, sentou-se na borda.

Fazia fila diante da fruta. Cada um esperou pacientemente sua vez, afinal há mamão para todos.