RAPAZ PERIFÉRICO
Um rapaz de mais ou menos 28 anos, pele queimada pelo sol, vestindo bermudão azul que ia até a altura dos joelhos, camisa cinza manchada de sangue seco, tênis velhos aos pés, rosto desfigurado do lado esquerdo. A cabeça estava completamente raspada. O lado ferido do rosto estava roxo e muito inchado. Seu olho esquerdo mal abria. Ficava caminhando nervoso de um lado a outro diante da porta do hospital. As vezes parava e ficava olhando longe, como se esperasse alguém que nunca vinha. Não há amigos, não há parentes que o ampare naquela hora de agonia. Sem dinheiro para o ônibus ou táxi, que o levaria para periferia da cidade, teria que fazer o percurso a pé, porque para a periferia da vida ele veio sem pagar nada.
RETRATO DA FOME NA PORTA DA PADARIA
Um homem magro, alto, sem os dentes da frente, muito sujo, barbudo, cheirando a urina, estava estacionado em frente a uma padaria. Não pedia ou abordava os clientes que entravam ou saíam do estabelecimento. Ao sair pergunto se ele queria um pão. Respondeu alegre que sim. Volto e peço para a balconista dois pães. Ela percebeu que era para o homem e me pergunta para confirmar. Digo que sim. O senhor não precisa comprar que nós daremos pães para ele depois, disse-me. Tudo bem, respondo. Passo pelo homem e informo-lhe que a moça vai providenciar os pães para ele. Ele responde baixo “muito obrigado” com cara de desconfiado de quem vai dormir mais uma noite com fome. Sai dali com a sensação terrível de que não devia confiar na balconista.
A VIDA
“A vida são deveres, que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas !
Quando se vê, já é sexta-feira ...
Quando se vê, já terminou o ano ...
Quando se vê, passaram-se 50 anos !
Agora já é tarde demais
para ser reprovado ...
Se me fosse dado, um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente
e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada
e inútil das horas ...
Dessa forma, eu digo:
não deixe de fazer algo que gosta
devido à falta de tempo.
A única falta que terá,
será desse tempo que
infelizmente não voltará mais.
“(Mário Quintana (nossa !!! aonde coloquei o nome do livro ???)”
Um rapaz de mais ou menos 28 anos, pele queimada pelo sol, vestindo bermudão azul que ia até a altura dos joelhos, camisa cinza manchada de sangue seco, tênis velhos aos pés, rosto desfigurado do lado esquerdo. A cabeça estava completamente raspada. O lado ferido do rosto estava roxo e muito inchado. Seu olho esquerdo mal abria. Ficava caminhando nervoso de um lado a outro diante da porta do hospital. As vezes parava e ficava olhando longe, como se esperasse alguém que nunca vinha. Não há amigos, não há parentes que o ampare naquela hora de agonia. Sem dinheiro para o ônibus ou táxi, que o levaria para periferia da cidade, teria que fazer o percurso a pé, porque para a periferia da vida ele veio sem pagar nada.
RETRATO DA FOME NA PORTA DA PADARIA
Um homem magro, alto, sem os dentes da frente, muito sujo, barbudo, cheirando a urina, estava estacionado em frente a uma padaria. Não pedia ou abordava os clientes que entravam ou saíam do estabelecimento. Ao sair pergunto se ele queria um pão. Respondeu alegre que sim. Volto e peço para a balconista dois pães. Ela percebeu que era para o homem e me pergunta para confirmar. Digo que sim. O senhor não precisa comprar que nós daremos pães para ele depois, disse-me. Tudo bem, respondo. Passo pelo homem e informo-lhe que a moça vai providenciar os pães para ele. Ele responde baixo “muito obrigado” com cara de desconfiado de quem vai dormir mais uma noite com fome. Sai dali com a sensação terrível de que não devia confiar na balconista.
A VIDA
“A vida são deveres, que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas !
Quando se vê, já é sexta-feira ...
Quando se vê, já terminou o ano ...
Quando se vê, passaram-se 50 anos !
Agora já é tarde demais
para ser reprovado ...
Se me fosse dado, um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente
e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada
e inútil das horas ...
Dessa forma, eu digo:
não deixe de fazer algo que gosta
devido à falta de tempo.
A única falta que terá,
será desse tempo que
infelizmente não voltará mais.
“(Mário Quintana (nossa !!! aonde coloquei o nome do livro ???)”