19 outubro 2009

TRÊS TEXTOS PARA REFLETIR

Segue abaixo três textos extraídos do Ensaio entitulado “ELOGIO DO MEDO” da psicanalista MARIA RITA KEHL, do livro “ENSAIOS SOBRE O MEDO”, organizado por ADAUTO NOVAES, Edições SESC, São Paulo, 2007, págs. 89, 102, 109 e 110.
TEXTO 1
O medo pode ser provocado pela percepção de nossa insignificância diante do universo, da fugacidade da vida, das vastas zonas sombrias do desconhecido. É um sentimento vital que nos protege dos riscos da morte. Mas em razão dele desenvolvemos o sentido da curiosidade e a disposição à coragem, que superam a mera função de defesa da sobrevivência, pois possibilitam a expansão das pulsões de vida.”
TEXTO 2
“É interessante notar que, ao articular angústia e encontro com o vazio Freud inscreve-se marginalmente na tradição filosófica do cristianismo. Mas onde um pensador como Pascal refere-se ao vazio da alma sem Deus, que deixa o homem desamparado diante do universo e do seu destino, Freud trata do vazio de simbolização e do desamparo psíquico que ele acarreta. O sujeito da psicanálise é o homem sem Deus da modernidade, indefeso perante sua própria divisão subjetiva. Por um lado, encontra-se a mercê da invasão das excitações pulsionais; por outro, vive temeroso de deparar com as representações do desejo inconsciente. Nesse sentido, pode-se pensar nas fobias como mecanismos de proteção ante o medo de sentir medo, o qual não é outro senão o medo do inconsciente a que se referiu Freud na conclusão do `caso Hans*´” *Hans, um menino de 5 anos analisado indiretamente por Freud.
TEXTO 3
Que significantes mestres regulam o gozo na sociedade atual? A potência paterna passou a ser medida pelo poder de consumo do pai real; fica excluída, assim, a possibilidade de um pai pobre fazer-se respeitar, mesmo nos casos em que este se apresente, à maneira antiga, como honesto, esforçado, trabalhador. Quanto aos que têm dinheiro, estes se vêem lançados em uma negociação permanente com os filhos, em termos de: se quiser que eu te obedeça, me pague.
A publicidade demonstra constantemente que a fruição individual de um objeto de consumo (apresentado como objeto do desejo) vale mais do que todos os ideais coletivos do mundo. Descolado de uma cadeia significante que sustente sua função simbólica, o pai contemporâneo sente-se, com frequência, incapaz de exercer a autoridade necessária, tanto para estruturar seus filhos por meio da imposição de limites quanto para protegê-los dos riscos da falta de limites.”

18 outubro 2009

NÃO BASTA SABER DANÇAR TEM QUE TER CORAGEM


No 8º Festival de Dança de Araraquara, como em todos os anos, há sempre uma novidade. Este ano a novidade ficou por conta de um grupo de São José do Rio Preto, que se apresentou dependurado por cordas no alto do prédio da Prefeitura, há mais de 30 metros de altura! Nas duas fotos dá para ter uma noção do perigo. Mas foi um espetáculo muito bonito que tirou o fôlego de todos que assistiam.