17 março 2006

SUA CABEÇA É O LABORATÓRIO

Façamos o seguinte, revele este filme na sua mente:
"Embaixo da ponte morava um andarilho; um andarilho morava embaixo da ponte. Pela rodovia veio o funcionário do departamento de estrada todo vestido de amarelo, intimando o andarilho para sair de debaixo da ponte. O andarilho precisava sair de debaixo da ponte. Onde já se viu morar embaixo de uma ponte ! O andarilho se recusou sair do seu lar, doce lar. Veio a polícia e o andarilho ficou com muito medo. Medo da polícia teve o andarilho. Juntou os trapos dentro de um saco plástico com propaganda de um supermercado. Saltou a mureta até o chão, ouvindo palavrões do policial. Caminhou chorando para o lado que caiu no chão. Andarilho não tem destino, vai para o lado que está virado. Para os lados que estão virados caminham todos os andarilhos."

16 março 2006

ALGUÉM EXPLICA ?


A vida tem momentos interessantes. Tinha uma idéia fixa em adquirir uma máquina fotográfica para fotos digitais. Não queria qualquer máquina, e sim uma semi-profissional ou profissional. Na primeira oportunidade, lá estava eu realizando mais um sonho. Nem acreditava quando o vendedor entregou-me o pacote com uma Canon Rebel dentro. Essa máquina ia além dos meus desejos. Chego no hotel apressado, coração pulsando rápido e forte. Dispo a camisa. Abro a caixa que exala um cheiro de coisa nova. Lá estava ela, prateada com uma lente de 18-75 mm. Eu estava sentado numa banqueta em frente ao espelho do quarto. Olhei para o espelho e vi minha cara de felicidade. Aponto a máquina para minha própria imagem, o flash sobe automaticamente. Vai estourar a foto, penso. Cubro-o com a mão esquerda e disparo a primeira foto do meu brinquedinho. Eis o resultado.

15 março 2006

A ARTE NO BRONZE E NA FOTO


Numa tarde chuvosa e com a atmosfera num tom cinza escuro, faço a foto aí do lado a contra-luz. Como o nome diz, contra-luz é fotografar contra a claridade da luz, artificial ou não. Como nesse dia a luz era muito suave, deu esse efeito que gosto muito. Detalhe: A foto é em cores, só não aparecendo os tons diferentes porque o motivo é bronze escuro e as nuvens também era de um cinza escuro.

14 março 2006


Eu tenho um processo fotográfico interessante. Aliás, acho que todo fotógrafo, amador ou não, o têm. Antes de clicar qualquer foto, já a tenho revelada em meu cérebro. Vejam o exemplo aí do lado. Passeando no cemitério central de Araraquara, volto meu corpo e me deparo com esta imagem. Num processo celebral rápido a revelo e gosto. Aponto a máquina e registro a imagem, que sai exatamente do modo revelado, com suas sombras, brilhos, detalhes, etc. Outra curiosidade em mim. Não consigo fotografar quando não estou com vontade (inspirado). Se forço a barra fica um horror. Já andei um dia todo com a máquina a tira-colo sem tirar uma única foto.

13 março 2006

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES



Daniela com o foco voltado para o seu rosto. Taís num perfil caprichado no clique do Pai. São momentos que nos fazem sentir que a vida é bela e que vale a pena viver. Os momentos tênues de alegria procuro vivê-los intensamente. Foi assim o dia das fotos. Beijos às duas.

A VIDA..... AH, A VIDA......


Este rosto aí do lado redondinho não é de gordura, é inchaço pelo consumo de pinga. Assim que chegamos no casarão abandonado onde ele vive com outros companheiros, que ele insiste em chamar de "irmãozinhos", ele levanta a camisa e me mostra um buraco nas costas onde está enfiado um dreno no pulmão direito. O dreno estava purulento e cheio de moscas. Já faz seis meses que o dreno está ali sem higiene e sem a bolsa para coletar os excrementos. Não tem rendimento, casa, família. O Estado nem pensar. Desse jeito só bebendo mesmo para abreviar a vida. Eu não sabia se chorava ou vomitava na frente dele e de seus "irmãozinhos". Não fiz nem uma coisa nem outra, mas fiquei tão revoltado com a situação que saí daquele local com tonturas, ânsia de vômito, uma dor de cabeça incrível e uma vontade imensa de gritar que toda a sociedade é hipócrita.

12 março 2006

VERSO INESQUECÍVEL


Quando cursava o ensino médio, li um verso que não sei porque nunca mais o esqueci. Parece-me que o autor foi Manuel Bandeira. Voltando para casa nesta sexta-feira, vi e fotografei a imagem aí do lado que me remeteu ao verso inesquecível, que diz o seguinte:

No céu
a lua baça paira
mui cosmograficamente
satélite.

UM DIA DAQUELES


Sexta-feira, dia 10/03/06 foi um daqueles dias que não vemos a hora que acabe o expediente. Na volta para casa, cansadíssimo, olho pela janela do carro e vejo esta imagem aí. Estaciono, pego a máquina digital e fotografo. O final do dia instanteamente ficou mais leve com uma ponta de felicidade.