20 abril 2008

O DIA DO PATO

O Joaquim, que era meu pai, resolveu que todo final de semana deveríamos comer carne de pato ou pata. Encarregava minha mãe de sacrificar o bicho, cortando-lhe a cabeça. Por mais que ela protestasse, não tinha jeito. Num determinado final de semana minha mãe se aborreceu e foi incisiva: Desta vez basta, não mato o bicho !!! Olhou para os lados procurando um filho ou filha. Azar o meu que estva passando por ali. É você, disse-me ela apontando com o dedo indicador. Nem esperou pela resposta. Virou-se e foi visitar uma conhecida que estava doente. Fiquei ali sem saber o que fazer com aquele bicho. Ele me encarava e eu com o olho nele. Alguém estava me chamando no portão e eu fui lá ver. Era o Isaac, vizinho e amigo. Não tive dúvida, chamei-o para me substituir na função de carrasco de pato. Dei-lhe uma faca velha e algumas instruções, como por exemplo que a cabeça do bicho tinha que ser decepada. Isaac pegou o bicho pela cabeça ficando com o corpo dependurado. Isaac começou "serrar" o pescoço do bicho. No menor sinal de sangue ele soltou o bicho que saiu correndo pelo mato do quintal vizinho. Foi em vão tentar pegá-lo. Desapareceu como num passe de mágica. Lembro-me que meu pai chegou em casa bêbado e salivando pensando em comer um pato cozido. Achou chuchu e abrobrinha para seu desespero. Eu estava bem escondido na casa do Isaac.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ai, coitadinho do pato!! Será que sobreviveu? Cortou muito do pescoço do pobre? Me dá agonia só de pensar.
Abraços, Rubens!

leci disse...

Que horrível
se não fosse trágico seria cômico.
Vê se responde esse viu
:P

Carrie Bradshaw Tupiniquim da Silva disse...

q bom q o pato e vc se safaram! rs
beijo!

symon days disse...

pobre pato!!!