31 agosto 2008

A FORÇA DE UM SORRISO

Madrugada do dia 23 de dezembro de um ano qualquer. O despertador toca insistentemente a uma da manhã. O menino acorda. Lava-se rápido, toma café puro com um pedaço de bolo. Apanha a bolsa com algumas roupas. Precisa se apressar pois o trem passa às 2 duas horas. Ao sair a mãe que acordara com o barulho do relógio lhe recomenda, sem sair do seu quarto, que o filho tome cuidado. Até a Estação Ferroviária a distância era de dois quilômetros. Ventava frio e ameaçava chuva. As ruas estavam desertas. O menino de quatorze anos ainda não havia superado seus medos da noite. Muitos cachorros soltos pelas ruas. Algumas casas exibiam lâmpadas coloridas em seus jardins à espera do Natal. A Estação parecia que era bem mais longe. As sombras das árvores desenhavam figuras de monstros que ficavam ainda piores com o barulho das folhas ao vento. Na avenida aparece um vulto de um homem com um enorme saco preso às costas. Ele abaixava-se de tempos em tempos, caminhando ao encontro do menino. Ele treme de medo e o coração dispara, mas continua andando rápido. Qualquer ameaça eu corro, pensou. Bem próximo do homem o menino o reconheceu. Tratava-se de um conhecido mendigo que catava lixo nas ruas. Ao cruzarem-se o mendigo abriu um largo sorriso. O menino parou, retribuiu o sorriso e ficou ali vendo aquele vulto que subia a ladeira pegando lixo e colocando no saco. O menino quase perdeu o trem, só porque recebeu um sorriso de um mendigo apelidado de SABUGO.

3 comentários:

leci disse...

gostei do post, principalmente do conto e das fotos.
achei que o menino ia ver o Papai Noel (hehehe).
Abraço

Carrie Bradshaw Tupiniquim da Silva disse...

ele tinha medo do homem do saco, né? mas esse trecho (é um trecho pra mim) já me deu vontade de saber todo o resto da história!
beijo!

Tania Capel disse...

nossa, que saudade do SABUGO, figura quase mitológica, né?!

sorrisos?!? é, eles são sempre uma grande arma, um disparo, que desarma! rs...

apareça, sr. rubão!!
ah, e quanto ao contrato de exclusividade claquetística, tamus aí! rs.. rs...
beijão!