20 dezembro 2010
E ASSIM DEVERÁ SER......
Cumprir mais um sonho. Criar asas. Ver coisas novas, mas ... antigas. Origens. Cheiros. Sotaques. O homem e a mulher foram criados para moverem-se e devem fazê-lo dentro das suas possibilidades. Se estas forem pequenas o movimento deve pequeno, mas todos devem se esforçar para aumentar. O movimento educa, dá conhecimento, inteligência, para isso é só tomar cuidado e não cair no engodo da Disneylância da vida, onde tudo é fantasia. Tenho dito e depois direi mais. Até.
18 dezembro 2010
FIZ UM TRATO COM OS BICHOS
Quando construí minha casa me recusei a calçar o quintal. É só grama. Plantei 2 pés de laranja, um de tanjerina, um pé de jaboticaba que dá frutos 3 vezes ao ano, 2 pés de fruta do conde, um pé de uvaia, um pé de jenipapo, um pé de pera asiática,um pé de goiaba, um pé de ameixa japonesa, um pé de tamarindo, três pés de café, um pé de ipê amarelo, além de rosas, abobreiras, melancia. O quintal mede 12x25. Quando chove a água penetra rapidinho pelo solo. Com tanto verde tive que fazer um trato com os animais, sobretudo os rasteiros, peçonhentos ou não. O trato foi assim: Vocês ficam no quintal que é o vosso habitat e eu não os perturbo, mas não entrem na minha casa, senão eu mato. Esses dias duas baratas resolveram me desafiar. O Tribunal (que sou eu) aplicou o trato/sentença, foram condenadas a morte por violenta pancada com o pano de chão. E o trato continua. Agora não sei o que fazer com um casal de sapos que teima em invadir o quarto de despejo para passar o dia. Eles defecam ali deixando um cheiro horroroso. Vou aquentar mais um pouco, depois o Tribunal (que sou eu) resolve. Vejam as fotos. O pássaro é um filhote de sabiá laranjeira.
13 novembro 2010
HISTÓRIA ECONÔMICA DE UM BRASIL RECENTE
Em termos de período histórico, recentemente o Brasil teve várias mudanças na denominação da nossa moeda. Era CRUZEIRO, passou a CRUZADO, depois a CRUZADO NOVO, voltou a CRUZEIRO e, finalmente, o REAL, que, aliás, não é novo. No Brasil Colônia era REAL. Vejam acima quantos modelos, que vão de 10 Cruzados com o Ruy Barbosa até 500.000 Cruzeiros!, com Mario de Andrade, que deve ter-se virado muuuiiitas vezes no túmulo, quando saiu essa nota.
07 novembro 2010
BRINCANDO COM A CANON
DA JANELA DO MEU ESCRITÓRIO
30 outubro 2010
ENCONTREI POR AQUI
Encontrei aqui em Araraquara um autêntico artista da arte Näif. Arte Näif, como sabem, é aquela que um determinado artista a produz sem nunca ter frequentado escola de artes ou qualquer curso superior. É a arte que nasce da sensibilidade do autor quase que naturalmente. O artista abaixo já fez algumas exposições importantes no metrô da Sé, República, em Araraquara e Santo André. Ele só trabalha com raízes de árvores. O nome dele também é de artista, ele se chama "LOUDIER". Vejam os exemplos abaixo.
23 agosto 2010
UM LUGAR QUE FOI DE TERROR
Desde a reforma desse prédio eu nutria uma vontade enorme de visitá-lo. Uma vez cheguei ali em frente e não tive coragem de entrar. Naquele dia eu estava muito tenso então para não aumentar a tensão fui embora, até porque estavam exibindo uma peça de teatro no lugar onde foram as celas dos presos. Evitei. Voltando lá enfrentei a angústia e entrei. Comecei a fazer um passeio pelas suas dependências. Sem que eu percebesse me surpreendi chorando.
MINHA VIDA É ANDAR E FOTOGRAFAR
21 abril 2010
UMA LEITURA PUXA A OUTRA
Lembro-me que fiquei muto emocionado ao ler Os Sertões, do Euclides da Cunha. Aquela história não me saía da cabeça, até que um dia resolvi visitar Canudos na Bahia, local onde se deu a guerra. Foi uma viagem terrível, mal planejada. Fomos de carro saindo de Pintadas, passamos por Queimadas, Monte Santo e Canudos. Voltamos por Euclides da Cunha. Passado algum tempo comecei procurar outros livros sobre a guerra de Canudos e seus personagens. Encontrei "CANUDOS - Cartas para o Barão", da professora Consuelo Novais Sampaio, depois encontrei num sebo "No Calor da Hora", da professora Walnice Nogueira Galvão, aí consegui também num sebo "Antonio Conselheiro", de Nertan Macedo, encontrei depois, ainda num sebo, "Antonio Conselheiro e Canudos", de Ataliba Nogueira, e mais três encontrados num sebo "Memorial de Vilanova", de Nertan Macedo, "Capitão Jagunço", de Paulo Dantas e "O Episódio de Canudos", de Euclids da Cunha. Finalmente "O Império de Belo Monte - Vida e morte de Canudos", da professora Walnice Nogueira Galvão, Editora Fundação Perseu Abramo. Estou anciosamente aguardando um último que encontrei num sebo da Bahia "No Tempo de Antonio Conselheiro - Figuras e Fatos da Campanha de Canudos", de José Calazans.
Todos os livros encontrados em sebo estão com suas edições esgotadas, sendo alguns tratados como raridade, daí que o preço é muito alto.
Ler sobre Canudos através destes autores é uma deliciosa viagem no tempo. É conhecer um pedaço da nossa história recente que teima em ficar escondida. Quando se começa a ler qualquer um deles é difícil parar, impressionante. Mas não adianta falar, precisa ler para sentir e tentar entender como o exército brasileiro demorou um ano para derrotar uma cidade que sequer possuía armas. E Antonio Conselheiro, o verdadeiro, quem conhece? Só mesmo lendo estes livros, que, aliás, não são os únicos. A foto anexada é para quem quiser conhecer as capas dos livros citados.
06 abril 2010
TUDO DEZ
Diz a propaganda política do Governador Serra, na voz de um alienado: O ENSINO É DEZ, O PROFESSOR É DEZ, A ESCOLA É DEZ. Pergunto então. Se tudo isso é dez, porque os netos do José Serra, dos seus Secretários, inclusive do Secretário da Educação não estudam nessas escolas dez???? Caso alguém tenha uma resposta inteligente, diga para mim, por favor. (semana que vem, vou publicar uma foto de uma escola estadual nota dez, aguardem)
04 abril 2010
PÃO E CIRCO
É de longa data o costume dos dirigentes, sejam eles Imperadores, Reis, Prefeitos, Governadores de Estado ou Presidente da República, distrairem o povo com pão e circo. Em Araraquara foi construído um estádio de futebol moderníssimo, com mais d 25.000 lugares, com cadeiras individuais, banheiros, cobertura, etc, embora o time da ferroviária esteja disputando a série A3. O campo é melhor em estrutura que qualquer outro no Brasil, só perdendo para o Estádio que foi construído no Rio de Janeiro para atender os jogos Pan Americanos. O custo total, que nunca se sabe ao certo, passou de 27 milhões. Daria muito bem para reformar e construir creches, escolas, melhorar substanciamente o ensino, enfim, quanta coisa boa poderia ser feita com esse dinheiro. Mas......
03 março 2010
NO LUGAR CERTO E NO MONENTO CERTO
Na caminhada domingueira, sempre acompanhado com a máquina fotográfica, parei ao lado de um pé de paineira florido. Estava me preparando para fotografar esta flor aí acima quando sentou um pássaro logo atrás. Fotografei rápido sem saber como sairia a foto. Num segundo ele já havia desaparecido. Ao descarregar a foto no computador a surpresa, trata-se de uma fêmea de tsiu. Não existe foto desse pássaro, pois ele não pára e é muito rápido. Foi um momento único e de pura sorte. Se clicar sobre a foto vai vêr-la grande muito bonita.
29 janeiro 2010
REUNIÃO DE FAMÍLIA
Na caminhada domicical tive a oportunidade de fotografar a família da coruja buraqueira. A primeira foto é de um filhote. Na segunda foto a família está reunida, sendo as duas aves do centro os pais. Como eu sei disso? Simples, como é a tarefa deles cavocar para fazer o ninho, percebam os pés de quem está muito mais sujo de terra. Os pés dos filhotes estão um pouco sujos porque, afinal, tem que começar a aprender como fazer buracos.
A MESMA CENA, DOIS OLHARES
Ir de novo atravessar caminhos ladrilhados da ossaria dos nossos soldados, sentir debaixo das patas do animal que me levasse, o estalo seco dos ossos partidos, ver ainda de braços abertos, como que crucificado no chão, o cadáver seco daquele cabo negro que tanto me impressionou e que tem os pés tão perto do leito da estrada que a gente volta o cavalo ao flanco para não pisá-lo?! Que riso branco e grande o dele! Aquela boca horrivelmente escancarada, lá estará com a alvíssima dentadura escarnada a gargalhar aos viajantes.
Por que tanto me impressionou o arcabouço seco e mumificado daquele preto? Seria por causa do talho atroz que tinha na fronte até o alto da cabeça aberta, mostrando o crânio fraturado?
Talvez seja este um motivo; o outro é, porém, mais notável. É o fim da história de quem não teve princípio na história.
(....)
Como é simples e sublime a história deste cabo preto de quem eu não queria mais ver o cadáver a rir pra os transeuntes no meio do caminho?!
E era tão fácil eu deixar de vê-lo outra vez ... Fácil, sim, mas nesta facilidade é que está toda a dificuldade.
(No Calor da Hora – A Guerra de Canudos nos Jornais – 4ª Expedição – Walnice Nogueira Galvão – São Paulo – Ed. 1974 – Ed. Ática – págs. 320/321 (texto do JORNAL DO COMÉRCIO, edição de 19/08/1897 – Correspondente Capitão Manuel Benício)
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Ao lado uma árvore única, uma quixabeira alta, sobranceando a vegetação franzina.
O sol poente desatava, longa, sua sombra pelo chão e protegido por ela – braços largamente abertos, face volvida para os céus – um soldado descansava.
Descansava... havia três meses.
Morrera no assalto de 18 de julho. A coronha da Mannlicher estrondada, o cinturão e o boné jogados de uma banda, e a farda em tiras, diziam que sucumbira em luta corpo a corpo com adversário possante. Caíra, certo, derreando-se à violenta pancada que lhe sulcara a fronte, manchada de uma escara preta. E ao enterrar-se, dias depois, os mortos, não fora percebido. Não compartira, por isto, a vala comum de menos de um côvado de fundo em que eram jogados, formando pela última vez juntos, os companheiros abatidos na batalha. O destino que o removera do lar desprotegido fizera-lhe afinal uma concessão: livrara-o da promiscuidade lúgubre de um fosso repugnante; e deixara-o ali há três meses – braços largamente abertos, rosto voltado para os céus, para os sóis ardentes, para os luares claros, para as estrelas fulgurantes,,,
E estava intacto. Murchara apenas. Mumificara conservando os traços fisionômicos, de modo a incutir a ilusão exata de um lutador cansado, retemperando-se em tranqüilo sono, à sombra daquela árvore benfazeja. Nem um verme – o mais vulgar dos trágicos analistas da matéria – lhe maculara os tecidos. Volvia ai turbilhão da vida sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível. Era um aparelho revelando de modo absoluta, mas sugestivo, a secura extrema dos ares. (Os Sertões – Euclydes da Cunha, Ed. Publifolha, 2000, pág. 30)
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Gostaria de publicar junto a estes dois textos, um poema do Haroldo de Campos falando sobre esta cena. Ficou lindo, mas infelizmente não anotei onde ele está. Se encontrar voltou aqui e edito.
12 janeiro 2010
O ÚLTIMO JANTAR EM PAZ
O pai chegou mais cedo do trabalho naquele dia. Normalmente ficava no bar após o expediente de trabalho. Duas filhas e um filho estavam no portão quando ele virou a esquina, trazendo com esforço aquele corpanzil de 120 quilos. As meninas assustadas foram para dentro da casa, saindo do caminho. O menino apenas saiu da frente do portão. Ficou ali do lado imaginando o que poderia acontecer. O pai aproximou, estava todo molhado de suor. Olhou para o filho e não disse nada, apenas levantou a mão esquerda e acariciou a cabeça do menino. Desceu o braço gordo na direção do ombro do filho e entraram na casa, abraçados. Depositou a mochila com a marmita vazia sobre o velho sofá da sala. Olhou as meninas sentadas na cama e apenas sorriu timidamente para elas. Foi até a cozinha, destampou as panelas sentindo o cheiro da comida recém preparada. Pegou uma toalha de banho e uma troca de roupa e foi para o banheiro, onde tomou um banho demorado. Passou pelo filho exalando cheiro de sabonete barato. Enquanto estendia a toalha de banho molhada, determinou que todos sentassem à mesa para o jantar. Talvez tenha sido a primeira e única vez que sentaram-se todos num mesmo horário para a refeição. O filho teve a clara impressão de que o pai chorava em silêncio enquanto comia aquela comida simples de um operário. Não há na memória do menino a lembrança de um outro dia de paz naquela casa.
05 janeiro 2010
DEPOIS DO TEMPORAL
Sem exagero, eu transpirava de tanto calor que fazia na praça João Mendes, logo atrás da Praça da Sé, às 14:30 hs. Em menos de uma hora o tempo fechou, caía raios e explodiam trovões que faziam o chão tremer. Nunca vi coisa igual. Ainda chovia forte quando fui para a estação do Metrô Sé e veja o que encontro lá dentro, o trem da norte/sul estava parado e tudo virou um caos como se vê na foto.
DA JANELA DO 5º ANDAR
Estava eu no quinto andar do antigo prédio do 1º Tribunal de Alçada Civil do Estado de São Paulo, em frente ao Pátio do Colégio quando ao olhar pela janela vi a estátua da foto, a mais ou menos 40 metros do chão. A janela formou uma moldura. Gostei dessa foto. Ah, sim, esta estátua está sobre um pilar com várias esculturas na parte mais baixa. Fica na praça em frente ao Pátio do Colegio.
03 janeiro 2010
E A IGREJA CAIU!!!!
No dia 27 de dezembro visitei São Luiz do Paraitinga. Fiz várias fotos da cidade, inclusive da Matriz que ainda não havia publicado aqui. Quando fomos na igreja Matriz, ela estava fechada. Uma pesada e antiquissima porta de madeira chamava a nossa atenção. Vi algumas trincas na parede e fiz um comentário no sentido de que se ninguém reparasse aquilo, a igreja poderia, num futuro próximo, ruir. No dia 30 de dezembro ela veio abaixo pela enchente do rio. Fiquei chocado. Era um prédio de mais de 100 anos!! Veja na foto a igreja como era.
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